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POLÍTICA Sexta-feira, 11 de Junho de 2021, 10:45 - A | A

Sexta-feira, 11 de Junho de 2021, 10h:45 - A | A

DE NOVO

Emanuel aponta ‘perseguição’ da Polícia Civil e volta acusar Mendes de usar delegacia contra sua gestão

Rafael Martins / O Bom da Notícia

No mesmo dia em que a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a 2ª fase da Operação Overpriced, que investiga compras superfaturadas de medicamentos na Secretaria municipal de Cuiabá, o prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), voltou a acusar o governo Mauro Mendes (DEM) de estar usando a delegacia para perseguí-lo.

Em coletiva de imprensa durante lançamento do Sistema de Esgotamento Sanitário Lipa, com uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o prefeito disse que sempre que traz ‘notícias boas’ para a Capital, a administração é alvo de operações.

"Eu não estou querendo atacar a instituição [Deccor], não ataco a instituição, mas algumas ações da instituição e de alguns membros da instituição. Mas toda hora que a Prefeitura de Cuiabá vem com grandes notícias para cidade, acontecem fatos estranhos [...] vocês acham mesmo que não tem dedo do governador? Eu não tenho dúvida", questionou o prefeito aos jornalistas.

Entre as irregularidades apontadas nas investigações dos medicamentos vencidos em depósito sobre as licitações de medicamentos na Capital a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção encontrou compra de medicamentos com sobrepreço de até 90%.

Inicialmente era apenas a compra de ivermectina que tinha problemas, porém, outros remédios também foram adquiridos com dispensa de licitação e com preço bem acima do mercado. Segundo o delegado da Deccor, Eduardo Botelho, uma auditoria realizada pelo Ministério da Saúde encontrou diversas irregularidades.

"Teve medicação adquirida com essa dispensa, mas que na verdade não era utilizada para o combate à covid e ainda com sobrepreço de 90%, que é um fato por si só gravíssimo".

Pinheiro citou como exemplo a decisão que autorizou a operação desta quinta-feira (10), em que a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, solicitou a suspensão dos pagamentos para a empresa e o afastamento de servidores.

"A gestão já tinha suspendido desde a primeira operação, se eu me engano, em outubro do ano passado, no auge da eleição. Então só pra vocês verem, entendeu? Me falaram que pediram afastamento de servidores que nem no quadro estão mais, já foram exonerados lá atrás, inclusive teve um caso a pedido [do servidor]".

Questionado se a operação ocorreu por conta do anúncio de doses extras de vacina para Cuiabá, Emanuel disse que não tem elementos para afirmar.

"Eu não quero dizer que é isso, que eu não teria provas e elementos. O que eu posso dizer é que toda vez que vem essas conquistas maiores pra Cuiabá, acontece algo que parece que quer, quer atrapalhar, quer estragar, quer jogar a população contra o prefeito", completa.