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POLÍTICA Domingo, 30 de Outubro de 2022, 19:12 - A | A

Domingo, 30 de Outubro de 2022, 19h:12 - A | A

2º TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Grupo de Mendes assegura mais votos em Mato Grosso à Bolsonaro, mas Lula ganha no país

Marisa Batalha/O Bom da Notícia

Uma das vozes mais fortes na mobilização para a vitória de Jair Bolsonaro(PL), neste segundo turno das eleições, em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes(União Brasil), reeleito no primeiro turno do pleito de 2022, por pouco não acerta a pontuação que antecipou, de que o atual presidente teria no Estado a mesma votação que ele[Mendes] obteve.

O gestor estadual não ganhou o cabo de guerra eleitoral, mas chegou perto. Com 99,82% das seções totalizadas em Mato Grosso, Jair Bolsonaro assegurou mais de 1.2 milhão de votos[1. 214. 341], contra um pouco mais de 652 mil de Luiz Inácio Lula da Silva(PT), mostrando absoluta força política de Mendes no Estado.  

Mauro Mendes venceu a eleição no primeiro turno com 68,45% dos votos válidos[1.114.549 votos], quando Bolsonaro obteve 59,85% no Estado[1.102.781] contra 633.627 votos[34,39%].

No Brasil, com 99,40% das seções totalizadas, o ex-presidente Lula volta a comandar o Palácio do Planalto Lula com quase 60 milhões de votos[50,9%] contra quase 58 milhões de Jair Bolsonaro[49,10%].

Na tarde deste domingo (30), antes de votar no Instituto de Linguagens na Universidade Federal de Mato Grosso - acompanhado da primeira-dama, Virginia Mendes e da filha Maria Luiza -, o governador disse à jornalistas que independente do resultado das urnas, a relação com o vencedor do pleito seria de profundo respeito. Após ser questionado sobre o tipo de relação que manteria com o presidente eleito. "Qualquer presidente terá que ser respeitado e nós vamos ter com o eleito uma relação respeitosa como tivemos no primeiro mandato".

Nos últimos 15 dias, o governador e sua esposa Virginia realizaram várias mobilizações em favor da reeleição de Bolsonaro, com reuniões no União Brasil, carreatas no Estado, com direito no último dia 22 de outubro de liderar um adesivaço em Cuiabá. E chegou a profetizar em entrevista à GloboNews, que seu objetivo era que o presidente Jair Bolsonaro (PL) obtivesse no segundo turno da eleição presidencial, em Mato Grosso, os quase 70% dos votos obtidos por ele na disputa pelo Governo do Estado.

"Em Mato Grosso Bolsonaro teve praticamente quase 60% de votos. Eu fui eleito com quase 70%. Entao nós acreditamos que nesse segundo turno o foco será apenas em duas pessoas:o ex- presidente Lula e presidente Bolsonaro [...] E acredito que o eleitor terá melhor condição de comparar, de pensar bem, raciocinar, analisar e aí ter mais clareza para tomar a decisão. Nosso esforço, nossa meta, nosso objetivo é fazer com que nosso candidato, presidente Bolsonaro possa chegar perto da casa dos 70% neste sergundo turno".

Apesar do apoio ao presidente, Mendes chegou a criticar duramente a atitude de alguns prefeitos de Mato Grosso que ofereceram vantagens aos eleitores de seus municípios para conquistarem mais votos para Bolsonaro.

Mendes até chegou a apontar que o erro teria nascido de uma boa intenção dos gestores municipais, contudo, usando de expedientes que ferem frontalmente a legislação eleitoral.

"Lamento que esses prefeitos tenham cometido estes equívocos. Alguns movidos até pela boa intenção de querer ajudar e acabam fazendo algo que está ao arrepio da Legislação Brasileira. É reprovável. Nós temos dos 141 prefeitos de Mato Grosso, 135 apoiando o presidente Bolsonaro [...] Não existe pressão do meu lado, não defendo a pressão como argumento e como instrumento de se fazer política. Acho que são os bons argumentos, o trabalho, a seriedade e que pode construir e ajudar a construir uma decisão melhor para o Brasil".

Como principal liderança do comitê pró-Bolsonaro em Mato Grosso, o governador declarou que Bolsonaro estaria sendo apoiado por eleitores de 135 dos 141 municípios do Estado. Ao admitir que, porém, este segundo turno seria uma verdadeira queda de braço eleitoral entre os dois presidenciáveis e quem ganhasse, teria uma vitória apertada.

Prefeitos e assédio eleitoral

Os casos mais icônicos de assédio eleitoral ficaram com os prefeitos Ari Genézio Lafin, prefeito de Sorriso (distante 341 km de Cuiabá), e o social democrata Carlos Alberto Capeletti, de Tapurah (município distante 414km da capital).

Só para lembrar, os dois prefeitos de Mato Grosso foram obrigados - por força da Justiça Eleitoral -, a se retratarem, publicamente, após oferecerem benefícios à eleitores para votarem em Bolsonaro.

O primeiro a se retratar foi Lafin, em 14 de outubro, ao atender recomendação do Ministério Público Eleitoral. Após o gestor falar em programa televisivo, em emissora local da SBT, sobre dar carona à eleitores no dia da votação, a fim de favorecer o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.

Por meio de nota, foi obrigado a se desculpar e afirmar que a população não deve praticar o transporte irregular de eleitores em favor de qualquer candidato à presidência da República, nem tampouco, praticar qualquer outro crime eleitoral do tipo. Ainda argumentando que teria se expressado mal e que, na verdade, queria incentivar a população a não deixar de 'exercer a cidadania através do direito ao voto'.

Igualmente, Capeletti, de Tapurah, teve que se desculpar. A retração de Capeletti veio após decisão do MP Eleitoral de sugerir, à Justiça, multa de R$ 300 mil por dia, e o Ministério Público estadual recomendar que a multa subisse para R$ 500 mil, após o gestor prometer - por meio de vídeo nas redes sociais -, sorteio um carro 0 km aos moradores, se a cidade fosse a líder, no estado, em votação à Bolsonaro.