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POLÍTICA Segunda-feira, 10 de Setembro de 2018, 14:37 - A | A

Segunda-feira, 10 de Setembro de 2018, 14h:37 - A | A

FIM DA CRISE

Grupo empresarial de Mauro Mendes cumpre plano e pede fim da recuperação judicial

Da Redação

Após cumprir à risca os pagamentos com seus credores, o Grupo Bipar, que pertence ao candidato a governador, Mauro Mendes (DEM), requisitou o encerramento da recuperação judicial. O requerimento foi protocolado no dia 3 de setembro e aguarda a decisão da juíza Anglisey Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá.

 

“A recuperação judicial começou há três anos e o plano foi homologado há cerca de dois anos. Nesse período, a minha empresa pagou contas e quitou fornecedores. Agora em setembro, que completamos dois anos da medida, já poderemos sair da recuperação judicial. Conseguimos dar a volta por cima, graças a Deus e graças a muito trabalho feito pela nossa equipe. Trabalhamos muito e conseguimos nos recuperar”, declarou Mauro.

 

A recuperação judicial do Grupo Bimetal foi autorizada em 2015, ocasião em que as empresas acumulavam cerca de R$ 126 milhões em dívidas, mas o plano para a repactuação dos débitos foi homologado em 2016. Mauro Mendes explicou que a recuperação judicial não significa “quebra” ou “falência”, mas tão somente um instrumento garantido em lei para proteger a função social das empresas e, principalmente, o emprego dos trabalhadores.

 

O empresário registrou que o Grupo Bipar está há mais de vinte cinco anos no mercado, emprega mais de três mil funcionários e sempre teve êxito nas finanças. No pedido à Justiça, o grupo Bipar relatou que há dois anos vem cumprindo rigorosamente com o pagamento das dívidas previstas no acordo.

 

Até o momento, 44% dos débitos já foram quitados. Consta no requerimento que, de acordo com a legislação, quando a empresa/grupo cumpre as obrigações que venceram em até dois anos, passa a ter direito de sair da recuperação judicial.

 

“Frente ao exposto, é de ser judicialmente reconhecido que o plano de recuperação judicial foi cumprido no que diz respeito às obrigações exigíveis vencidas no prazo de dois anos da concessão da recuperação judicial, nos termos do artigo 61 da Lei n. 11.101/2005, e, com base no artigo 63 da referida lei, decretado o encerramento da recuperação judicial das empresas do Grupo Bipar”, diz trecho do pedido.

 

Plano cumprido

 

A crise na saúde financeira do grupo começou em 2014. Naquele ano, as empresas tinham uma expectativa de faturamento de R$ 440 milhões, em razão de grandes contratos em Mato Grosso, Rondônia, Acre e Piauí. Porém, tal cifra não foi atingida por vários fatores, entre eles a demora para receber um aditivo de R$ 55 milhões junto à empresa Matrinchã Transmissora de Energia, que só foi pago em dezembro do ano seguinte.

 

Mas o fator crucial, segundo Mauro Mendes, foi a deflagração da Operação Ararath, em que ele foi alvo de busca e apreensão. A injustiça só foi corrigida três anos depois, quando a Justiça Federal arquivou o procedimento por falta absoluta de provas de qualquer irregularidade, arquivamento ocorrido a pedido da Polícia Federal e do próprio Ministério Público Federal.

 

“Quinze dias depois da operação, todos os bancos cortaram o crédito de todas as minhas empresas. Nós estávamos comprando máquinas, comprando equipamentos, iniciando obras, fazendo uma série de investimentos. Tínhamos garantido o crédito bancário, mas perdemos o crédito por conta disso. E aí ficamos em uma dificuldade muito grande, justamente no momento em que esse crédito deveria ser ampliado, para fazer frente ao crescimento da demanda”.

 

Por conta da perda do crédito e do comprometimento dos cronogramas de obras e entregas, o grupo acabou por faturar R$ 321,7 milhões dos R$ 440 milhões previstos, fechando o ano com prejuízo contábil e financeiro. “Assim, em 2015, entramos com um pedido de recuperação judicial, que é um instrumento previsto em lei para que você possa fazer uma repactuação com os bancos e seus fornecedores sobre a dívida que você tem”, relatou.

 

Mauro Mendes contou que nos últimos dois anos o grupo tem cumprido o plano e pagado em dia o acordo combinado com os credores, motivo pelo qual já não se fará mais necessária a recuperação judicial.

 

“O grupo se reergueu, continua contribuindo para o fortalecimento da economia local e vem fazendo o mais importante, que é garantir as centenas de empregos dos trabalhadores que tanto contribuem para a retomada do crescimento das empresas”, afirmou.