A vereadora Maysa Leão (Republicanos) comentou nesta quarta-feira (6), a viagem internacional do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que passa por países como Dubai e China em busca de investimentos e possíveis parcerias para obras de infraestrutura na capital. Embora tenha reconhecido a importância de abrir o diálogo com investidores estrangeiros, Maysa ponderou que falta planejamento e foco em resolver problemas básicos da cidade.
“Eu sou super a favor de a gente trazer investimentos de fora. As grandes cidades que conseguiram revolucionar, como Florianópolis, Curitiba e São José do Rio Preto, têm parcerias público-privadas. Isso é positivo”, afirmou durante participação no Cast do Bom.
A vereadora, no entanto, destacou que antes de buscar novos acordos internacionais, a prefeitura precisa resolver pendências com parceiros locais, como a empresa CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo e pela construção do novo Mercado Miguel Sutil.
“A gente tem uma parceria com a CS Mobi, que é considerada pelo prefeito uma parceria ruim, e ele não sentou para negociar. Aí ele foi para Dubai. Será que esse estande da Expoagro vai trazer o impacto que a gente tanto quer?”, questionou a vereadora ao lembrar da afirmação de Abilio feita nas rede sociais de que a Expoagro 2026 contará com um espaço dedicado à cultura e aos negócios dos Emirados Árabes Unidos.
Maysa também comentou sobre o discurso do prefeito que cumpre agenda na China, sobre a possibilidade de implantar em Cuiabá o novo modal de transporte, o ART (Autonomous Rail Transit), em português Trânsito Ferroviário Autônomo, apontando que a cidade ainda sofre com problemas estruturais, como as obras inacabadas do BRT e os alagamentos recorrentes durante o período de chuvas.
“A gente ainda inunda com chuvas de meia hora. O arroz com feijão ainda não está gostoso, e a gente já quer fazer o bife”, comparou.
Para Maysa, o problema não está em buscar soluções fora do país, mas na falta de clareza sobre o que Cuiabá oferece em troca e no improviso da gestão municipal.
“Será que a proposta não foi mal estruturada? Será que não foi escrita no último minuto? Eles [os investidores] estão preparados para investir? O evento que eles foram tem soluções para o mundo inteiro. Se tem para a Dinamarca, por que não teria para Cuiabá?”, disse.
Apesar das críticas, a parlamentar encerrou ressaltando que acredita no potencial da cidade para atrair inovação e tecnologia, desde que haja planejamento e continuidade nas ações públicas.
“Eu falo porque eu gosto muito de Cuiabá. A cidade tem potencial para ser inteligente e moderna, mas precisa resolver o básico primeiro”, concluiu.
Assista o Cast do Bom:


