Guilherme Amado trouxe em sua coluna no site Metrópoles, informações bombásticas sobre processo na Justiça de Mato Grosso, impetrado pelo caminhoneiro Renato Cardoso Lima Scheffer contra seu pai, o empresário bilionário do agronegócio, Eraí Maggi Scheffer.
Renato teve a paternidade reconhecida em outubro de 2020, após um teste de DNA comprovar o laço familiar. Ele é filho do empresário fora do casamento, fruto de uma relação com uma cozinheira, em 1989, em uma das fazendas de sua família, que resultou em seu nascimento um ano mais tarde, em 1990.
Agora, ele move uma ação contra Eraí por desconfiar que ele estaria antecipando em vida a herança para os três filhos que tem com Marilene Trento Scheffer, sua companheira há décadas. Renato acionou a Justiça no início de dezembro.
A ação cobra uma perícia contábil, econômica e financeira para expor a evolução patrimonial de Eraí e dos outros requeridos. Se for autorizada, a produção de provas solicitada pelos advogados de Renato fará uma devassa na contabilidade dos últimos 35 anos do Grupo Bom Futuro, conglomerado empresarial que Eraí fundou com os irmãos Fernando e Elusmar Maggi Scheffer para administrar o cultivo de quase 600 mil hectares de soja e algodão e a criação de 130 mil cabeças de gado.
No processo, Renato conta que Eraí teve o relacionamento com sua mãe em meados de 1989 – ele com 30 anos, ela com 18. Além disso, nos autos do processo, o caminhoneiro destaca que Maggi sempre soube que o caso extraconjugal teve como resultado o nascimento de um filho.
Á época, o empresário já era pai de Kleverson, Kleidimara e Antonio, nascidos em 1983, 1985 e 1987, respectivamente. Já Renato é o caçula de Eraí, nascido em agosto de 1990. Hoje com 33 anos, disse ter sido submetido a um teste de DNA quando tinha entre 5 e 7 anos que, segundo consta no processo, não fez com que Eraí reconhecesse a paternidade. Após o episódio, Renato passou a receber ajudas em dinheiro de representantes legais do empresário.
Apesar disso, no processo alega que foi abandonado pelo produtor e teve sua vida prejudicada pelo fato de não ter nenhum vínculo sentimental com o pai ao longo da vida.
À Justiça, Renato justificou que o processo é pertinente porque o pai supostamente estaria “transferindo todos os seus bens para os filhos/requeridos, esvaziando gradualmente seu patrimônio”. Ele afirmou que é preciso ter acesso à real evolução patrimonial da família Maggi Scheffer, para que, “em um futuro longínquo, em sede de inventário, não se percam/pereçam ou se fraudem eventuais provas que possam averiguar possível doação inoficiosa”.
A legislação brasileira determina que 50% do valor de heranças seja dividido entre os herdeiros necessários do morto, ou seja, os descendentes (filhos, netos e bisnetos), ascendentes (pais, avós e bisavós) e o marido, mulher ou companheiro(a).
“No caso dos autos, revela-se a triste história que expõe não apenas o abandono, mas a clara indiferença, desprezo, menosprezo, de um pai para com seu filho; de irmãos para com outro irmão”, afirma a defesa de Renato na ação.
Procurado, Eraí negou que tenha cometido qualquer irregularidade.(Com informações do Metrópoles)