Os integrantes da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa devem definir esta semana se votam ou não a revogação da prisão preventiva do deputado estadual Mauro Savi (DEM). Apesar de o parecer da Procuradoria da Casa de Leis respaldar a votação, os parlamentares estão com receio de retaliações por parte do Ministério Público Estadual e do Poder Judiciário, que já orientaram o Legislativo a não realizar a votação.
Savi está preso no Centro de Custódia de Cuiabá há quase um mês. Ele foi detido durante a segunda fase da Operação Bereré, intitulada Bônus. O democrata é acusado de ser um dos líderes de um esquema criminoso que desviou ao menos R$ 30 milhões dos cofres públicos por meio de um contrato fraudulento firmado entre a EIG Mercados Ltda. e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
O deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), apesar de ser o presidente do Parlamento de Mato Grosso, não irá participar de qualquer decisão ou ato envolvendo a prisão de Savi. Isso porque, ele se declarou suspeito por também estar sendo investigado no mesmo inquérito. Desta forma, caberá aos deputados Gilmar Fabris (PSD), Max Russi (PSB), Guilherme Maluf (PSDB), Nininho (PSD) e Silvano Amaral (MDB) decidir se votam ou não a revogação da prisão de Savi.
De acordo com Fabris, que é vice-presidente do Legislativo, a definição será feita após “dialogar com cada membro da Mesa Diretora”.
A Assembleia tem a seu favor o parecer da Procuradoria que afirma que a Casa de Leis tem a prerrogativa de votar se mantém ou derruba a prisão preventiva do parlamentar.
A tese, que chegou a ser questionada pelo Ministério Público ganhou força na semana passada quando o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) ratificou, por 5 votos a 1, a decisão da Assembleia em soltar Fabris no ano passado.