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POLÍTICA Segunda-feira, 26 de Março de 2018, 05:30 - A | A

Segunda-feira, 26 de Março de 2018, 05h:30 - A | A

FIM DA CULTURA DO MACHISMO

Mulheres debatem "empoderamento" em fórum partidário

Da Redação

Mulheres não precisam ser empoderadas uma vez que já nascem poderosas por terem o poder de gerar a vida. Há mulheres que reproduzem o machismo ao criarem filhos e filhas com diferenciações nas atividades de casa. Mulheres podem ser feministas e empoderadas mesmo optando em serem mães e donas de casa. Essas e outras conclusões foram resultadas de uma discussão entre cerca de 100 mulheres que se reuniram na tarde de sábado (24), no auditório da Escola Estadual Presidente Médici, no 1º Fórum Estadual do PV Mulher.

 

O evento foi marcado por palestras em que duas psicólogas, uma advogada e uma professora, além de outras lideranças femininas do Partido Verde (PV) fomentaram a reflexão e apresentaram dados sobre a participação da mulher na política e na sociedade, feminicídio, preconceito contra a mulher, empoderamento feminino. No painel que tratou sobre empoderamento político e social da mulher, as psicólogas Dayane Ferreira e Leurilainne Azambuja explicaram que as mulheres podem ser divididas em três perfis básicos: mãe e dona de casa, sem filhos e profissional e ainda mãe e profissional. E que em todos esses perfis, a mulher pode sim ser uma pessoa empoderada.

 

Basta que ela tenha o controle das decisões em sua vida, ou seja, a mulher que tem como prioridade o papel de mãe e dona de casa é tão empoderada quanto aquela que tem como meta o sucesso profissional e da mesma forma que mulheres que assumem ambos os papéis na sociedade. “O que importa é que a mulher tenha o poder de decisão”, disse Dayane em sua explanação.

 

Em todas as hipóteses, a mulher acaba abrindo mão de uma série de coisas para atingir seu objetivo e que, em todos os casos, o que falta é o reconhecimento. “Mulheres com muito sucesso também sofrem angústias e frustrações e isso pode gerar um sofrimento mental, uma depressão”, afirmou a psicóloga Neurilainne. Ela alertou as mulheres para o fato de que as mulheres precisam ter o reconhecimento e contar com o apoio de seus parceiros para que as sobrecargas do cotidiano não recaiam somente sobre elas.

 

“O homem também tem que passar um pouco pelo que a mulher passa. Tem que limpar a casa, tem que ajudar porque ele também suja”, disse. Por meio da parceria e do reconhecimento, segundo ela, a mulher estaria menos propensa às frustrações e de vir a sofrer uma depressão.

 

Nesse sentido, a professora Lucilene Amaral também levou para as mulheres um debate de autocrítica, propondo que reconheçam os momentos em que também praticam atitudes machistas, como mães que deixam somente para as filhas os trabalhos domésticos, e se omitem de ocupar os espaços de liderança, como na política. “Não estou falando que é proposital. É uma questão cultural, que está no nosso subconsciente, a gente vai fazendo, fazendo, perpassando. E quando a gente vê, a gente criou um novo modelo machista”, afirmou.

 

Ela apresentou um discurso contrário ao chamado vitimismo e convidou as mulheres a refletirem sobre suas ausências nos espaços de debate coletivo, seja na reunião do condomínio, na busca de melhorias para o bairro em que vivem, destacando que política é lugar de quem se preocupa com o outro, qualidade inerente da mulher, e que pode serexercida mesmo âmbito microssocial, como dentro de casa ou em sua comunidade.

 

“Se você tem consciência do seu lugar, do seu papel na sociedade e no mundo, você não vai abaixar a cabeça. Porque quando não estiver bom pra você, você dá licença, vira as costas e vai encontrar o seu lugar. Sempre vai ter um lugar vago esperando por nós”, asseverou. Para Lucilene, a mãe tem o papel fundamental de acabar com a cultura do machismo, quando educa seu filho para ver com naturalidade atividades que não deveriam ser estigmatizadas como atinentes a um gênero ou outro.

 

A escrivã de Polícia Civil aposentada Silvana Veloso, esposa do vereador Marcos Veloso (PV), foi quem destacou que as mulheres já nascem “poderosas” pelo fato de serem maioria da população e mães da outra parcela de seres humanos. Ela reivindicou que as mulheres não sejam reconhecidas por serem casadas com homens de destaque, mas que suas trajetórias de vida também sejam respeitadas.

 

A secretária municipal do PV Mulher, Miriam Oliveira, destacou a importância das mulheres serem ativas na política, visando o bem comum da população e das próximas gerações. “Lugar de mulher é onde ela quiser e nós temos que participar da política no nosso bairro, no nosso município se quisermos garantir um futuro melhor para os nossos filhos”.

 

Opinião masculina

 

O vice-presidente do PV em Mato Grosso, Ardonil Gonzalez, disse que o 1º Fórum Estadual do PV Muher foi o primeiro passo para a mudança na vida dos participantes porque viu ali diferentes manifestações e visões e que mesmo já nascendo poderosas, o papel do partido é dar subsídios para que as mulheres estejam cada vez mais conscientes de seu potencial para que, a partir disso, possam fazer as escolhas que avaliarem melhor.

 

“O confronto de ideias é maravilhoso! E isso é natural no Partido Verde, nós defendemos o direito de que as pessoas se manifestem. Cabe a nós defender e oportunizar que as mulheres conheçam a sua força. Nós temos que conscientizá-la do que é machismo e do que é feminismo. E aí ela tem que ter o direito de determinar o seu rumo”, afirmou. (As informações são da assessoria)