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POLÍTICA Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2019, 07:00 - A | A

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28 DE NOVEMBRO

PGR quer Emanuel Pinheiro fora da Prefeitura, com tornozeleira e prisão domiciliar

Congresso em Foco

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou o afastamento do cargo e a prisão domiciliar do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). O requerimento é sigiloso e foi apresentado no dia 28 de novembro em uma ação cautelar que está na 5ª Vara Federal em Mato Grosso e tramita em segredo de Justiça.

 

No pedido de prisão domiciliar, a PGR defende que o prefeito voltou a “manipular” recursos públicos quando concedeu crédito adicional de R$ 6,7 milhões à Câmara Municipal de Cuiabá em 30 de agosto de 2017, mesmo dia em que os vereadores decidiram negar um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um suposto recebimento de propina pelo mandatário.

 

Em agosto de 2017, um vídeo em que Pinheiro aparece colocando dinheiro no paletó foi publicado em rede nacional. A suspeita é que a quantia recebida estava relacionada a um esquema de propina na Assembleia Legislativa do estado, delatado pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (Sem partido).

 

No requerimento protocolado em novembro, a PGR tenta reverter uma decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o afastamento de Pinheiro do cargo, em setembro de 2017. Na ocasião, a Corte autorizou busca e apreensão na residência e no gabinete de Pinheiro, que já exercia o cargo de prefeito, mas negou pedido de afastamento por considerar que os crimes foram cometidos quando ele atuava como deputado estadual e não como prefeito.

 

Com a repercussão da busca e apreensão e com a maciça veiculação do vídeo a Câmara Municipal de Cuiabá sinalizou pela instauração de uma CPI. No dia 30 de agosto de 2017 a maioria dos vereadores decidiu não assinar o pedido de instauração. No mesmo dia o prefeito concedeu o crédito adicional à Câmara. A medida administrativa chegou a ser alvo do Tribunal de Conta de Mato Grosso (TCE-MT).

 

Segundo a PGR, a concessão de crédito à Câmara foi utilizada pelo prefeito obter “imunidade” junto aos vereadores. A Procuradoria solicita medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de manter contato com investigados e testemunhas, a proibição de acesso à internet e telefone, além do pagamento de fiança de R$ 300 mil.

 

‘Escândalo do paletó’

 

A ação cautelar na qual foi feito pedido de prisão tramita na Justiça Federal e tem ligação com o inquérito aberto a partir da delação do ex-governador Silval Barbosa. As investigações começaram no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da prerrogativa de foro de alguns citados, como o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), mas foram redistribuídas depois que a maioria dos envolvidos perdeu o foro.

 

Silval acusou Emanuel e outros parlamentares de terem recebido R$ 50 mil mensais em propina para conservar a governabilidade, ter as contas aprovadas, manter os interesses do governo priorizados na Assembleia e não ter membros do alto escalão como investigados em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).

 

A principal prova apresentada na delação premiada do ex-governador foi um vídeo gravado pelo seu chefe de gabinete, Silvio Cesar Corrêa Araújo, em que Emanuel aparece colocando dinheiro no paletó durante um encontro realizado no Palácio Paiaguás, sede do governo estadual.

 

Manifestação do MPF

 

Em manifestação sobre o pedido da PGR, o Ministério Público Federal em Mato Grosso defendeu que a verba suplementar destinada à Câmara Municipal não guarda conexão com os crimes investigados no inquérito original.

 

“O elemento de prova trazido pela PGR não instaurou inquérito na esfera federal por embaraçar investigação de organização criminosa justamente porque os fatos narrados pelo TCE-MT, noticiam supostas manobras praticadas no intuito de evitar a instalação de uma CPI que nada se relaciona à presente investigação”, explica o órgão ministerial.

 

Ao abrir mão dos supostos novos crimes relatados pela PGR, o MPF não reiterou a solicitação de prisão domiciliar. No requerimento, assinado pela procuradora Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmganani, o órgão solicita apenas a proibição de contato entre o prefeito de Cuiabá com investigados e testemunhas, além do pagamento de fiança de R$ 118 mil referente ao valor de R$ 50 mil que supostamente teria sido recebido em dezembro de 2013 como “mensalinho”.

 

Por meio de nota, na noite de hoje (18), o prefeito Emanuel Pinheiro rebate publicação do site Congresso em Foco, acerca de suposto pedido de afastamento de seu cargo e prisão domiciliar.

 

Confira a nota na íntegra: 

"A respeito da matéria publicada no site Congresso em Foco, hoje (18), sobre o pedido de afastamento do cargo e prisão domiciliar do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro, seguem as informações VERDADEIRAS:

- A matéria do referido site está desatualizada e equivocada, pois refere-se a fatos antigos do ano de 2017, declinados pela Procuradoria Geral da República (PGR);

- Não existe nenhum pedido de afastamento ou prisão domiciliar contra o prefeito Emanuel Pinheiro;

- O processo encontra-se em segredo de justiça, motivo pelo qual o prefeito Emanuel Pinheiro não poderá se manifestar sobre o assunto."