Em entrevista à Rádio Cultura FM nesta última quinta-feira (01), o ex-deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá, Victório Galli (Democracia Cristã), destacou a importância da imparcialidade e do respeito à laicidade no exercício do cargo.
Mesmo se autodeclarando bolsonarista, Galli afirmou que se eleito cumprirá o calendário oficial da cidade, incluindo eventos como a parada LGBTQIAP+ e a Marcha para Jesus, defendendo que o político não deve interferir na fé individual dos cidadãos.
“O Executivo, tanto municipal quanto estadual e federal, não pode fazer da casa de trabalho dele a sua casa, o seu lar! É preciso haver diferença. Portanto, eu, sendo prefeito de Cuiabá, preciso obedecer o calendário que já está oficial dentro das quatro linhas da nossa constituição municipal. Se há um calendário para a parada gay, ele deve ser respeitado! Assim como há o calendário para a marcha para Jesus e para a lavagem de escadarias. Acredito que o político não pode entrar na fé de ninguém! O Estado é laico e o município também precisa ser”, disse.
Galli também ressaltou a necessidade de respeito às diversas manifestações culturais, como o siriri, o cururu, o rasqueado e o lambadão, afirmando que a cultura local deve ser valorizada. Ele enfatizou que, apesar de suas crenças pessoais, não condenará outras práticas culturais e religiosas, defendendo o princípio do livre-arbítrio e a igualdade de tratamento para todos os cidadãos, conforme estipulado pela Constituição e pela Bíblia.
“É preciso respeitar as pessoas, pois um povo sem cultura não tem história! O povo tem a sua cultura, como o siriri, o cururu, o rasqueado e o lambadão; tudo é cultura. Na minha igreja não se faz isso, mas por causa disso vou condenar os outros? Não. As pessoas têm o livre-arbítrio”, pontuou.
O pré-candidato destacou que a função do gestor público é manter um equilíbrio, atendendo a todos os segmentos da sociedade, mesmo que isso vá contra suas preferências pessoais. Para Galli, a gestão de uma cidade deve ser pautada pela igualdade e respeito à diversidade, refletindo o princípio de que todos são igualmente amados e merecedores de tratamento justo.
“O que é aprovado na Casa de Leis deve ser cumprido, mesmo que seja contra o gosto do executivo. Portanto, o gestor não pode ser 100% eu; ele precisa ter equilíbrio para atender a todos. Como diz a Constituição, todo cidadão é igual. As pessoas precisam ser tratadas de forma igualitária, assim como diz a Bíblia: Deus amou o mundo de tal maneira, portanto Deus não amou só José, e isso deve ser o perfil de quem quer administrar uma cidade”, ressaltou.