Três candidatos a vereador do Patriota buscam descongelar cerca de 600 votos da eleição municipal em Cuiabá. Caso os recursos dos registros de candidatura forem deferidos pela Justiça Eleitoral, o cálculo do número de cadeiras na Câmara mudaria, tirando o sargento Joelson (Solidariedade) e dando vaga ao bispo Aroldo Telles Leite (Patriota).
Pelo cálculo atual do quociente eleitoral e das sobras, o Patriota fez uma cadeira, que deve ser ocupada pelo vereador eleito Kassio Coelho. Ele recebeu 1.488 votos em 15 de novembro. O segundo mais votado pela sigla, Aroldo Telles, teve 1.358 votos. Enquanto isso, Joelson teve 2.199 votos, ocupando a única cadeira do Solidariedade.
O bispo disse que já está em contato com um advogado próprio para entrar com uma ação rescisória com o objetivo de incluir no cálculo os votos dos três candidatos que o beneficiariam.
“Na verdade, nós ganhamos, mas estamos impedidos. Fizemos duas vagas e agora com esses votos congelados você fica neutralizado. Nossa expectativa é fazer Justiça. Diante dessa pandemia, a juíza levar com esse rigor todo os processos. Acho que precisa ter bom senso, razoabilidade, por que isso está nos prejudicando. Esses três candidatos foram para a urna, fizeram campanha, receberam votos, mas estão congelados”, declarou.
Os candidatos que tiveram os registros de candidatura indeferidos são: Piter Pedro Aquino, Zé Aparecido e Jonilson Jô. Desses, apenas Jonilson conseguiu entrar consta como "indeferido com recurso" contra a decisão que negou sua candidatura. Contudo, os três constaram na urna em 15 de novembro.
A juíza Gabriela Carina Knaul de Albuquerque e Silva, da 39ª Zona Eleitoral, negou o registro de Jonilson pela falta de uma certidão criminal do Tribunal de Justiça. O candidato chegou a ser réu em um caso de estupro de menor, mas foi absolvido na 1ª instância. Depois de ter o registro indeferido, Jonilson pegou a “certidão de pé” na 14ª Vara Criminal de Cuiabá e encaminhou à juíza eleitoral.
Em 19 de novembro, a magistrada deu três decisões similares não reconhecendo os recursos feitos pelo Patriota, por meio do secretário Elias Galli, mantendo a decisão de negar os três registros das candidaturas.
À reportagem, Jonilson Jô criticou o julgamento de seu registro de candidatura. Narrou que teve dificuldade para conseguir a certidão de que não respondia mais ao processo no Fórum de Cuiabá porque a 14ª Vara Criminal estava temporariamente fechada depois que uma funcionária testou positivo para Covid-19. Ele, porém, encaminhou a decisão, mas não teve decisão favorável antes do primeiro turno.
"A juíza pediu a certidão de pé. Eu levei a certidão, fizemos a servidora ir lá na Vara buscar, mas ela não julgou o recurso em tempo hábil. É uma situação muito ruim, né. Um monte de amigos me ligavam na sexta para perguntar se eu era candidato, prejudicou demais. Na urna estava com uma faixa amarela. Fiz 310 votos e com mais 145 ou 148 o Patriota teria mais uma vaga", afirmou. (Com informações de RDNews)