Após muito 'louvor' dos evangélicos e pressão dos empresários, o vereador Marcrean Santos (PRTB), autor do polêmico projeto que cria o Dia do Evangélico em Cuiabá, retirou a proposta da pauta, impedindo que ela fosse votada durante a sessão extraordinária da Câmara desta sexta-feira (27).
Esse é o segundo adiamento do projeto, que passa a ser votado em 2020. Pela proposta, o ‘Dia do Evangélico’ seria comemorado todo dia 31 de agosto. A retirada pegou todos de surpresa, já que as galerias da Câmara estavam lotadas com a presença de empresários e evangélicos.
De acordo com o parlamentar evangélico ele teria atendido aos apelos de vários colegas de Casa que o convenceram que a votação do projeto neste momento não seria boa, e ele o tirou de pauta, por concordar que a proposta deverá ser melhor discutida entre a Câmara e os vários segmenntos da sociedade, antes de ser votado. "Antes será necessário que todos em uma mesa redonda".
"Entendo que a gente trabalha aqui através de um colegiado, entre companheiros e amigos. Assim, atendendo aos pedidos de vários vereadores para retirar o projeto de pauta neste momento, para voltar a tramita-lo em um momento oportuno, acabei retirando-o. Agora, vamos aguardar aí o ano que vem, agora já é final de ano e última sessão do ano [...] e se ano que vem eu ainda entender que devemos apreciar o projeto novamente, voltamos a coloca-lo em pauta para ser apreciado pela Casa. Respeitando as divergências de opinião e dos comerciantes, afinal, somos uma casa democrática".
Mas mesmo retirando sua proposta a pedido de colegas e, claro, por conta da pressão dos empresários que têm protestado contra a criação de mais um feriado, sob a alegação que eles oneram muito, o parlamentar garantiu, no entanto, seu projeto iria proporcionar à Cuiabá, oportunidade de ter grandes eventos e, assim, movimentar a economia. Fomentando os hotéis, restaurantes e até motoristas de aplicativos.
"A Lei Orgânica do Município nos permite criar mais um feriado, ainda existe esta data em aberto. Queremos apoiar a fé. Entendo as opiniões contrárias, mas não estamos fazendo nada ilegal [...] imagina só como os motoristas de aplicativos vão faturar, os restaurantes e hoteis [...] de forma nenhuma é uma vaidade [...] porque a CDL fala que pode trazer prejuízos? Uma semana de Carnaval não traz prejuízos? Dia da Imaculada da Conceição não traz? Porque só o Dia do Evangélico traz, será que não é perseguição contra o povo de Deus?”, questionou o parlamentar.
Do lado direito do plenário, religiosos pressionavam pela criação do feriado, alegando que isso serviria para o reconhecimento do evangelho e potencializaria comemorações nas igrejas e grupos religiosos, que têm salvado vidas. Unidos, eles cantaram hinos de louvor e fizeram até um pequeno culto, precionando os vereadores.
Do lado esquerdo da galeria, ainda no plenário, os empresários entoaram o Hino Nacional e, sob aplausos, gritaram “Brasil, Brasil, Brasil’, diversas vezes. Apesar das opiniões contrárias, não houve qualquer tipo de tensão e nem brigas. A classe empresarial afirma que o feriado só causaria prejuízos sem o funcionamento de indústrias e comércios.
Entre as emendas que seriam votadas durante a sessão estão a do vereador Dilemário Alencar (PROS), que propõe que a data seja comemorada no último domingo de outubro, ou seja, sem feriado.