À jornalistas nesta última quarta-feira(13), o deputado Max Russi(PSB) - primeiro-secretário do Legislativo estadual e corregedor da Comissão de Ética aberta contra o parlamentar bolsonarista Gilberto Cattani(PL) -, admitiu que deverá arquivar denúncia da vereadora Maysa Leão(Republicanos), por violência política de gênero, entregue na Asssembleia no dia 4 de setembro.
Acompanhada dos vereadores Demilson Nogueira e Luis Claudio(ambos do PP), a republicana entregou documentação ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho(União), pedindo providências contra Cattani.
Maysa e o Cattani protagonizam um enfrentamento histórico por conta de postagem feita pelo bolsonarista em seu Instagram. A republicana alega que o deputado, ao postar um recorte de 90 segundos de um diálogo que durou mais de 1 hora, no Cast do Bom, no site O Bom da Notícia, ocorrido no dia 10 de agosto, ele supostamente 'teria incitado seus seguidores ao crime de ódio e violência política de gênero'. Ao pedir que seguidores comentassem seu posicionamento a favor da castração[retirada] do membro de homens que cometem crime de estupro. Em cujo recorte a vereadora disse sobre a necessidade de mais estudos sobre o caso, porque a justiça julga seres humanos, assim, com cuidado para que as 'punições não remetam a humanidade à barbárie e aos tempos medievais'.
A postagem nas redes sociais recebeu vários comentários, dentre eles vários desejos de que a vereadora deveria ser estuprada para não defender bandido. 'De que se ela, sua filha e mãe fossem estupradas, amarradas e retalhadas, ela não pensaria assim'. Ao demonstrar que o conteúdo gerou um entendimento equivocado nos internautas de que a vereadora seria uma defensora de estupradores.
Já no entendimento do deputado socialista Max Russi, a vereadora supostamente 'não teria legitimidade' para propor a denúncia. Sob o argumento que a 'troca de ideias e a divergência fazem parte do processo democrático'.
"Meu encaminhamento será pelo arquivamento. Não tem legitimidade. Maysa não tem legitimidade para propor isso. Não se pode aceitar algo que não tem como ser aceito dentro da Comissão. Outro motivo foi que a troca de ideias, a divergência faz parte do processo democrático [...] E não vi Cattani postando nada neste sentido na rede dele, o que tem é de outras pessoas", frisou Russi.
A presidente da Comissão, a deputada Janaina Riva(MDB) evitou realizar quaisquer comentários ao posicionamento do colega de Casa de Leis, asseverando que após parecer de Max Russi, ainda esta semana os outros membros - Diego Guimarães(Republicano) (membro); Júlio Campos(UB) (membro) e Elizeu Nascimento(PL) (membro) - deverão avaliar a documentação e o parecer do corregedor.
A emedebista ainda lembrou que quando a documentação foi protocolada no parlamento, no mesmo dia foi encaminhada à Comissão. Contudo, Max havia pedido que a apreciação do caso da vereadora ocorresse após a votação que decidiu 'censurar' Cattani por comparar a gestação de mulheres com as de vacas e aida por meio de vídeo pedir desculpas a duas vacas por compara-las com mulheres[feministas].
A punição, na época, foi considerada branda pela deputada. "Como foi uma votação secreta, eu não vou revelar o que se discutiu lá dentro. Mas houve uma votação e por 3 a 2 foi dado parecer pela advertência".
Apesar da votação secreta, um dos seus membros, o deputado Júlio Campos(União), revelou nesta última terça-feira(12), em entrevista à Radio Cultura FM, que um dos dois votos contrários à punição de Cattani teria sido dele, mas que foi voto vencido. E que os outros membros da comissão teriam dito que Cattani depende do salário de deputado.
“Eu não concordei e disse que iria fazer um voto em separado se fosse apenas essa advertência. Lamentavelmente, a comissão decidiu por essa advertência, eu propus uma punição, aí alegaram que não podia ter a punição senão ele ia ficar sem salário. Ele é um homem que depende do salário".
Veja o vídeo na íntegra do debate com Cattani e Maysa