Sábado, 12 de Outubro de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 09 de Novembro de 2018, 09:43 - A | A

Sexta-feira, 09 de Novembro de 2018, 09h:43 - A | A

DESDOBRAMENTO DA LAVA JATO

Veja lista dos presos em operação contra corrupção no Ministério da Agricultura

G1/Minas Gerais

O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), o empresário Joesley Batista, dono do da JBS, e mais dez foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).   

 

Ao todo, são 19 mandados de prisão temporária, um deles contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), que está preso no Paraná. O mandado contra ele ainda não foi cumprido. A PF cumpre ainda 63 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.   

 

VEJA A LISTA DE PRESOS   

 

Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março de 2013 a março de 2014 

 

Joesley Batista, sócio da J&F, dona da JBS 

 

Ricardo Saud, ex-executivo da J&F 

 

Demilton de Castro, ex-executivo da J&F 

 

João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG 

 

Neri Geller, deputado federal eleito pelo PP de MT e ministro da Agricultura de março de 2014 a dezembro de 2015 

 

Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária 

 

Mateus de Moura Lima Gomes, advogado 

 

Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado 

 

Ildeu da Cunha Pereira, advogado 

 

Marcelo Pires Pinheiro

 

Fernando Manoel Pires Pinheiro 

 

Num primeiro momento, Saud não havia sido localizado, e a PF chegou a dizer que ele estava no exterior. Mais tarde, entretanto, foi confirmada a prisão do executivo.   

 

VEJA A LISTA DOS MANDADOS NÃO CUMPRIDOS   

 

Waldir Rocha Pena, sócio do supermercado BH, que estaria no Uruguai 

 

Florisvaldo Caetano de Oliveira, funcionário da JBS 

 

Odo Adão filho, advogado 

 

A PF fez buscas no gabinete do vice-governador de MG. Ele foi preso em uma fazenda em Vazante, no Noroeste de Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.   

 

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.   

 

Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.   

 

Ainda de acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro para políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores.   

 

O esquema 

 

De acordo com as investigações, Antonio Andrade teria beneficiado a JBS com decretos quando era ministro da Agricultura, no governo Dilma.   

 

Ele teria determinado a regulamentação da exportação de despojos, a proibição do uso da ivermectina de longa duração – droga antiparasita – e a federalização das inspeções de frigoríficos.   

 

O Grupo JBS teria pagado R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões na proibição da ivermectina de longa duração.   

 

Se indiciados, os envolvidos vão responder pelos crimes de constituição, participação em organização criminosa, obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Em Minas Gerais, os supermercados BH e EPA estariam envolvidos no esquema.   O BH disse que não se manifestaria e a reportagem aguarda retorno do EPA.

 

A operação 

 

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.   

 

De acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro irregularmente para políticos e partidos. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em troca, empresas do grupo eram beneficiadas.   

 

Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores. As redes varejistas se aproveitavam do grande fluxo de caixa para lavar o dinheiro que era doado a partidos e políticos. O esquema operou entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015.