Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

ARTIGOS Sábado, 10 de Agosto de 2019, 11:00 - A | A

Sábado, 10 de Agosto de 2019, 11h:00 - A | A

Sou pai três vezes

Onofre Ribeiro

A vida costuma ser muito generosa. Carmem e eu somos casados desde  março de 1968. Tivemos quatro filhos: André(1968), Fábio(1970), Marcelo(1975) e Tiago(1982).

 

Conosco a vida foi muito generosa. Mesmo considerando que o Marcelo partiu antes, em 2004, ainda assim convivemos com ele por 29 anos. Um tempo precioso. Ele nos deixou Luka, um neto queridíssimo e Daniela a nora que é uma filha.André nos deus dois netos: Miguel e Gabriel. Miguel e Mariana nos deram três bisnetos: Mateus, Vitória e Maria Luiza.Fabio e Aline nos deram dois netos: Enzo e Pietro. Moram em Sergipe, onde nasceram. 

 

Como disse, Marcelo e Daniela nos deram Luka. Tiago e Mariana nos deram há dois anos e meio a Alice.O tempo vai passando e vamos ficando cada dia mais seletivos. É uma competência do espírito isso de selecionar as coisas que realmente passam a importar na vida. Família vai assumindo cada dia mais esse lugar de maior importância sobre tudo o mais.Como o mais velho nessa árvore, Carmem e eu, juntos há 52 anos, olho pra trás e pra frente. Tive uma carreira profissional muito intensa até hoje. 

 

São 46 anos no jornalismo ininterrupto. Espero mantê-la por muitos anos ainda na medida em que a lucidez permitir. Ela, conserva-se jovem e lúcida. Meiga e afetiva, mantém a árvore frondosa e generosa. Mas se me for perguntado o que de tudo mais importa, responderia sem dúvida: a minha árvore familiar.Principalmente quando vejo a minha terceira geração, a dos bisnetos, crescendo à sombra da árvore, não posso negar a grande emoção. Justifica perfeitamente ter vivido 75 anos e encontrar abrigo debaixo da árvore nos dias de sol quente e nos dias cinzentos de chuva.

 

Uma confissão: quando vejo os três bisnetos próximos e percebo os gestos e a certeza de caráter, ainda que tão jovens, enxergo neles traços da minha própria vivência e da Carmem. Eles copiam duas gerações à frente. Quer dizer: o que se planta debaixo da árvore da vida, se repetirá sempre lá na frente.

 

Hoje, Dia dos Pais, é apenas uma data. Mas é uma agenda carinhosa que homenageia gente jovem e gente madura. Lembro-me dos 24 anos quando o André nasceu. Outra vida, outra percepção. Mas sempre pai, passados 51 anos. Uma lembrança ao pai, é um atestado de vivência.

 

O meu caminhar e da Carmem daqui pra frente será de contemplação. Nossa árvore segue frondosa. Galhos fortes. Folhagem verde. Raízes profundas. Resistente ao vento. À chuva. Ao sol. E  às tempestades. Vista de longe no horizonte é uma árvore antiga com muitas estórias felizes pra contar.           

 

 Aos pais, desejo boa sombra debaixo das suas árvores!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

[email protected]    www.onofreribeiro.com.br