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BRASIL & MUNDO Terça-feira, 03 de Setembro de 2019, 15:00 - A | A

Terça-feira, 03 de Setembro de 2019, 15h:00 - A | A

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Lava Jato: operação acha R$ 35 mil com ex-ministro

São Paulo A/E

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, dos governos Lula e Dilma, acusado de propinas milionárias pela Operação Lava Jato, guardava R$ 35.937,46 em suas contas bancárias. É o que concluiu o Banco Central sobre os ativos de Mantega, ao tentar efetivar bloqueio de até R$ 50 milhões, no âmbito da 63ª fase da Operação Lava Jato, batizada Carbonara Chimica.

 

As investigações miram supostas propinas de R$ 118 milhões em contrapartida à edição das Medidas Provisórias 470 e 472, que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores. A força-tarefa da Lava Jato chegou a pedir a prisão de Mantega, que foi rejeitada pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal do Paraná. 

 

O magistrado impôs ao ex-ministro o uso de tornozeleira eletrônica, que, depois, acabou sendo derrubado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Bonat determinou também o bloqueio de R$ 555 milhões de todos os investigados. Com relação a Mantega, o juiz impôs a cautelar em até R$ 50 milhões. 

 

A outros executivos da Odebrecht, o valor chega aos R$ 128 milhões. No entanto, pela segunda vez, reduzidos valores foram encontrados nas contas do ex-ministro. Em três contas, foram identificados os valores de R$ 28.079,81, R$ 5.219,66 e R$ 2.637,99. Em setembro de 2016, ele já havia sido alvo da Arquivo X, fase 24 da Lava Jato, que mirava supostas propinas em contratos do pré-sal. época, apenas R$ 4.447,55 foram encontrados. Mantega já é réu na Lava Jato por supostas propinas de R$ 50 milhões da Odebrecht, envolvendo suposta contrapartida à edição das Medidas Provisórias. 

 

A Carbonara Chimica foi deflagrada com o objetivo de aprofundar as investigações. Mantega já confessou ter uma conta secreta de US$ 600 mil na Suíça, valor atribuído por ele à venda de um imóvel herdado do pai.