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CIDADES Segunda-feira, 07 de Outubro de 2019, 07:00 - A | A

Segunda-feira, 07 de Outubro de 2019, 07h:00 - A | A

DADOS DO INEP

Censo aponta redução de matrículas em creches de Cuiabá

O Bom da Notícia

Matrículas nas creches em Cuiabá reduziram quase 1% em 2019; os dados são preliminares e fazem parte do Censo Escolar 2019 divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Que apontam que em 2018 foram realizadas 8.520 matrículas nesta modalidade de ensino, que atende crianças de 0 a 3 anos de idade, enquanto em 2019 foram 8.446 registros.

 

Em todo Estado o número de matrículas nas creches espalhadas nos 141 municípios aumentou 1,6% chegando a 60.695 esse ano. Desse total de matrículas, apenas 230 correram nas creches estaduais. Diminuição de 8,7% comparada as 252 no ano passado. Mato Grosso tem apenas duas creches estaduais. 

 

Apesar da inauguração de Cmeis, dados mostram menos alunos

Essas unidades estão localizadas em Cuiabá. Na Capital, a maior redução nas matrículas de alunos nessa faixa etária ocorreu na área rural, com queda de 8,7%. Foram contabilizados 73 alunos que ingressaram nas creches rurais no município esse ano, contra 80 no ano passado.

 

Na área urbana, mesmo com a criação de mais vagas, com a inauguração de novos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), os alunos matriculados apenas na rede municipal somaram 8.143 em 2019, enquanto no ano anterior eram 8.268 matriculados. Os dados preliminares apontam ainda para uma queda no ingresso de alunos do ensino médio em Cuiabá. 

 

O número de matrículas sofreu redução de 1%. O resultado é preocupante, segundo professores, já que pode estar diretamente relacionado à evasão escolar nessa modalidade de ensino. O cenário fica ainda mais problemático quando é observado também o número de alunos que estão matriculados na modalidade de Ensino Jovem e Adultos (EJA), que em Cuiabá apresentou uma baixa de quase 14%. Foram 10.178 matrículas esse ano, frente a 11.826 em 2018. 

 

Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), estudioso em políticas públicas de educação, Bartolomeu José Ribeiro de Souza, a queda no número de matrículas de crianças de 0 a 3 anos pode estar ligada à migração desses alunos para a rede particular de ensino, porém, a situação mais delicada, segundo ele, ainda é a do ensino médio já que as matrículas são compulsórias. No país, a matrícula é obrigatória para crianças a partir dos 4 anos. 

 

“Esses jovens não deveriam estar fora da escola, por isso quando olhamos a evasão nessa modalidade precisamos nos empenhar em uma metodologia diferenciada que trabalhe fortemente o vínculo do aluno com a escola. Isso já acontece de forma menos abrangente com as escolas plenas”.

 

O professor ressalta que o modelo de ensino integral, que está em funcionamento, faz parte do processo para garantir que esses jovens estejam na escola. “Nesse contexto de ensino integral é trabalhado não apenas a educação, mas também o projeto de vida, levando esses alunos a pensarem em um futuro”.