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POLÍTICA Quarta-feira, 12 de Junho de 2019, 08:04 - A | A

Quarta-feira, 12 de Junho de 2019, 08h:04 - A | A

TRIBUNAL DE CONTAS

Contrato fictício entre Todeschini e AL teria sido feito por Sérgio Ricardo para angariar fundos à vaga no TCE

Alexandra Freire - O Bom da Notícia

Em depoimento à Justiça Federal, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, afirmou que a empresa Todeschini Construções e Terraplanagem Ltda nunca teve contratos com a Casa de Leis, no entanto, teria recebido R$ 2 milhões do Legislativo mato-grosensse.

 

No mesmo depoimento, Riva revelou que a negociata fazia parte de um acordo para a compra da cadeira do conselheiro Alencar Soares Filho, que  custou R$ 15 milhões, e teve aval do ex-governador Blairo Maggi (PP).

 

A informação que circulou neste último domingo (09) em vários veículos de comunicação do Estado, revelam que o acordo para comprar a vaga foi definido na eleição da Mesa Diretora da Assembleia, em 2009, para que o ex-deputado e conselheiro afastado, Sérgio Ricardo, ficasse com o cargo.

 

Inicialmente, Sérgio Ricardo teria repassado R$ 2,5 milhões para Soares, mas com a interferência de Maggi no acordo o conselheiro devolveu o montante via empresário Júnior Mendonça. Logo após, o então governador havia proposto que Eder ficasse com a vaga, o que foi contestado por Riva, já que havia outros deputados que estavam interessados no cargo vitalício do TCE.

 

Conforme o depoimento, um ofício datado de 11 de abril de 2008, sem número e sem registro, que consta assinatura de Riva e do conselheiro afastado Sérgio Ricardo com o presidente Bic Banco dizendo que a Todeschini teria R$ 2 milhões pra receber da Assembleia. Já em 2014 a Procuradoria do Legislativo Estadual informa que a empresa não tinha contrato com a AL.

 

“É a assinatura do Sérgio e eu posso afirmar porque eu não conhecia o dono dessa empresa, e ele chegou na minha sala, e me pediu que ia fazer um empresário de R$ 2 milhões, mas quem ia pagar era o próprio dono da empresa”, disse Riva. O ex-secretário de Estado Éder Moraes teria dito que solicitou empréstimo no Bic Banco pra compra da vaga.

 

“Não sei, mas assinei porque isso era muito comum, esse foi um dos únicos que eu fiz que a pessoa não tinha contrato com a Assembleia, nada pra receber...se ele usou pra vaga eu não sei, sei que ele deu R$ 2,5 milhões para o Alencar em seguida. Para todos os efeitos, ele pagou pela vaga R$ 6 milhões. Ele falou que a empresa ia ajudar ele fazer o empréstimo. Sabia que não existia obras nenhuma com a Todeschini”, afirmou Riva.

 

As afirmações foram feitas durante o reinterrogatório de Riva na 5ª Vara Federal de Cuiabá, realizada em março deste ano. O caso é investigado no âmbito da Operação Ararath, conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF).

 

Com a delação, Riva poderá obter benefícios e conseguir até o perdão judicial na ação, onde é apurada a compra da vaga do conselheiro Alencar Soares Filho, em 2009. De acordo com o Riva, a vaga foi comprada pelo então deputado Sérgio Ricardo pelo montante de R$ 15 milhões.