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POLÍTICA Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 20:00 - A | A

Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 20h:00 - A | A

74 DIAS PARALISADOS

Deputada diz que greve dos professores foi 'um cabo de guerra' sem ganhadores

Rafael Machado - O Bom da Notícia

Após o encerramento do movimento grevista dos servidores da Educação, na última sexta-feira (9), considerada histórica depois de 74 dias de paralisação, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) acredita que não houve vitorioso nesta queda de braço, nem do lado do governo, nem tampouco, da categoria. 'Nenhum dos dois lados saiu ganhando dessa situação', avaliou a emedebista, destacando que o movimento começou rachado e que o governador Mauro Mendes (DEM), por seu lado, deveria ter adotado outra postura na condução das negociações.

 

Em entrevista à Rádio Vila Real, nesta terça-feira (13), a emedebista disse que conversou com o governador sobre o comportamento que deveria ter adotado durante os encontros com os grevistas, mas seus conselhos, segundo a parlamentar, não foram acatados o que ocasionou um sentimento de mágoa até dos não apoiadores do movimento.

 

Ela ainda destacou que o governo errou ao fazer comparações, durante a paralisação, com outros estados, sobre o resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em que Mato Grosso aparece em 21°. E ainda o salário da classe, que segundo o Executivo, seria o terceiro melhor salário do país.

 

“Foi um erro. Como você vai comparar com outros estados? Com a estrutura escolar que a gente tem hoje dentro de Mato Grosso, as nossas escolas são horríveis, estão caindo aos pedaços, em sua grande maioria”, destacou.

 

“Eu falo que os dois perderam. Acho que houve um imenso desgaste político com os profissionais da educação. E isso é irrecuperável, politicamente falando”, frisou.

Eu acho que o desgaste político com a classe dos profissionais da educação, que é a maior do estado de Mato Grosso, isso é irrecuperável

 

Sobre a perda dos servidores, a emedebista destacou que o movimento grevista começou com uma pauta bem construída e que no decorrer do ato perdeu a força, devido uma questões internas dentro do sindicato da classe.

 

“Alguns diziam que tinham uma questão interna do Sintep, porque está próximo das eleições da presidência e que isso acabou sendo usado durante as discussões. Então, por isso, alguns professores passaram a não acompanhar”, disse.

 

“A greve começou rachada e piorou no decorrer da paralisação, depois que a categoria ficou sem receber seu salário. Ficar dois meses sem salários e sem grandes vitórias nos encaminhamentos, bom, isto poderíamos ter conseguido sem os professores ficarem sem receber e o governo passar, pelo que passou”.

 

Greve histórica

 

Os servidores iniciaram a greve no dia 27 de maio para cobrar do governador Mauro Mendes aplicação do reajuste previsto em lei. No entanto, o governador ressaltou que o estado está impedido de conceder qualquer tipo de aumento neste ano pois está acima do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 49% com gastos de pessoal.

 

Após queda de braço com a categoria, o democrata afirmou que todo espaço fiscal aberto, não ultrapassando o limite de gastos com pessoal no patamar de 49% da receita corrente líquida (RCL), no exercício de 2020, será usado para concessão da Revisão Geral Anual (RGA) e dos aumentos remuneratório já concedidos por lei.

 

Depois de 74 dias de greve, considerada uma das mais longas da categoria, os servidores da rede estadual de Educação decidiram encerrar a paralisação. Os profissionais retornaram às salas de aula a partir desta quarta-feira (14).