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POLÍTICA Sexta-feira, 26 de Abril de 2019, 15:00 - A | A

Sexta-feira, 26 de Abril de 2019, 15h:00 - A | A

CÂMARA FEDERAL

Medeiros quer acionar deputado no Conselho de Ética, mesmo após partir "prá cima de colega"

O Bom da Notícia

(Foto: Print de vídeo/rede social)

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O deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros (Pode), um dos vice-líderes do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na Câmara, fez uma representação contra seu colega de Parlamento, o deputado pelo Paraná, Aliel Machado (PSB), nesta última quinta-feira (25), no Conselho de Ética da Casa de Leis por ato atentatório ao decoro.

 

Medeiros - por meio de sua assessoria -, revela que teria sido interpelado pelo deputado Aliel Machado (PSB), quando o socialista acusava os parlamentares de terem recebido a quantia de R$ 40 milhões para votarem pela aprovação da Reforma da Previdência durante sua tramitação na Câmara Federal.

 

Em sua justificativa técnica, Medeiros destaca o fato de que o deputado paranaense sequer citou que suas críticas se baseavam na liberação de emendas parlamentares, tendo assim induzido o público a acreditar, até mesmo, que se tratava dinheiro público destinado diretamente a parlamentares, o que configuraria um crime extremamente grave. O deputado de Mato Grosso reitera que Aliel “falseou informações” com o claro intuito de causar revolta popular e denegrir o parlamento.

 

Ainda que haja um vídeo que viralizou nas redes sociais, mostrando o momento que Medeiros ‘parte pra cima’ do colega, após o socialista repercutir uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo que dizia que o governo teria destinado um extra de R$ 40 milhões em emendas para cada deputado que votasse favorável a reforma.

 

Para defender o presidente, Medeiros interrompeu a fala do paranaense, o chamou de vagabundo e esbravejou: não nos meça pela sua régua, rapaz!

Para defender o presidente, Medeiros interrompeu a fala do paranaense, o chamou de vagabundo e esbravejou: “Não nos meça pela sua régua, rapaz".

 

Os ânimos ficaram exaltados quando Medeiros aproximou do deputado. Os parlamentares que estavam no plenário interviram para evitar que algo mais grave acontecesse. Segundo Medeiros, o que aconteceu na Câmara foi uma ‘indignação forte’ e que nenhum momento houve qualquer tipo de agressão.

 

A denúncia, inclusive, do deputado federal socialista, na tribuna da Casa de Leis contou com outro discurso inflamado e, igualmente, de indignação sobre a suposta troca de votos para reforma por emenda, mas agora do líder do presidente Bolsonaro no Senado Federal, Major Olímpio (SP), que ainda apontou que a proposta teria sido feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), segundo reportagem da Folha.

 

Classificando a suposta troca de votos por emendas no Congresso Nacional, como "indecorosa" e "criminosa", em referência à oferta de R$ 40 milhões em emendas parlamentares até 2022, para cada deputado que votasse a favor da Reforma da Previdência no plenário da Câmara.

 

Mas já Medeiros, em sua justificativa técnica, aponta que o deputado paranaense sequer citou que suas críticas se baseavam na liberação de emendas parlamentares. 'Induzindo, assim, o público a acreditar que se tratava dinheiro público destinado diretamente a parlamentares, o que configuraria um crime extremamente grave'.

 

Reiterando que 'Aliel falseou informações com o claro intuito de causar revolta popular e denegrir o parlamento'.

 

“As acusações feitas pelo deputado Aliel Machado constituem comportamentos incompatíveis com o decoro parlamentar, visto que ele omitiu intencionalmente a informação de que sua fala foi baseada em uma reportagem que citava “emendas parlamentares” e não compra e venda de voto com pagamento de propina, como o deputado afirmou (...) Tais fatos demonstram a gravidade e o desrespeito do deputado Aliel Machado para com seus pares e com as instituições democráticas brasileiras, tendo claramente abusado de sua imunidade parlamentar material, incidindo em quebra de decoro parlamentar”, diz trechos da representação.

 

Em discurso, realizado também nesta quinta (25), Medeiros falou do assunto e garantiu que não irá tolerar que oposicionistas do atual governo, que estiveram totalmente entrelaçados com a corrupção de gestões passadas do PT, venham a manchar a reputação da atual base governista e dos parlamentares que compõem a Câmara Federal neste mandato.

 

“Muita gente do meio político que devia estar na cadeia sim, mas tem muito pai de família aqui. Tem muita gente decente aqui e eu não aceito que um malandro pegar um microfone desses e vim fazer insinuação que estamos pegando dinheiro para votar aqui. Isso é um desserviço ao parlamento brasileiro”, contrapôs.

 

Medeiros confirmou que ajudou na articulação para aprovação da reforma da previdência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e realizou várias ligações a parlamentares para argumentar sobre sua importância. Porém, ele garantiu que não houve em nenhuma das discussões que participou qualquer insinuação de benefícios em troca de apoio. “Passei o final de semana inteiro ligando pra deputado.

 

Participei de todas as reuniões e não houve oferecimento, não houve nada. Mas querem enxovalhar. Com todo respeito ao passado da Folha de São Paulo, ela virou uma espécie de assessoria de comunicação do PT”, criticou, referindo-se ao jornal que foi o primeiro a trazer à tona a informação de uma possível compra de apoio para aprovar a reforma.

 

Em notícia veiculada por portais em nível nacional, o deputado federal Aliel Machado afirmou nesta sexta-feira (26), por meio de sua assessoria de imprensa, que também representará contra o deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros, no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro, no início da próxima semana. 

VÍDEO