Cinco gigantes da tecnologia - Apple, Google, Dell, Microsoft e Tesla - estão sendo processadas pela morte de crianças em minas de cobalto na República Democrática do Congo. De acordo com o processo, todas as empresas citadas compram cobalto da mineradora Doe . Atualmente, o mineral é essencial para a fabricação de baterias de íons de lítio e as maiores reservas do mundo estão localizadas no Congo.
A ação é movida pelo grupo defensor dos direitos humanos International Rights Advocates (IRAdvocates), em nome das famílias de crianças mortas enquanto mineravam cobalto.
Segundo o jornal The Guardian, as família congolesas afirmam que as crianças eram pagas o equivalente a US$ 2 por dia (cerca de R$ 8) para realizar tarefas em túneis perigosos e sem equipamentos adequados - a situação de extrema pobreza dessas família teria forçado a busca pelo trabalho.
No processo, 14 famílias dizem que seus filhos morreram ou sofreram lesões permanentes em desabamentos e outros acidentes nos túneis.
No texto do processo, os advogados afirmam: "As crianças pequenas que exploram o cobalto para os réus estão sendo forçadas a trabalhar em empregos em tempo integral, em situações extremamente perigosas, em detrimento de sua educação e futuro. Elas também estão sendo mutiladas e mortas regularmente por colapsos de túneis e em outros riscos comuns à mineração de cobalto na RDC", diz.
Além disso, eles acusam as companhias de negligência por não fiscalizar as minas de cobalto:
"O cobalto é um componente essencial de toda bateria recarregável de íons de lítio e está presente em todos os aparelhos fabricados pelos réus, além de todas as outras empresas de tecnologia e carros elétricos do mundo. Isso provocou a última onda de exploração cruel alimentada por ganância, corrupção e indiferença a uma população de pessoas congolesas impotentes e famintas".
O processo busca que a Justiça dos EUA condene as empresas a custear uma série de ações que acabem com a exploração infantil na região. Até o momento, as empresas citadas não quiseram se manifestar oficialmente sobre o assunto.
Fonte: IG Economia