Sexta-feira, 06 de Junho de 2025

AGRO & ECONOMIA Sexta-feira, 06 de Junho de 2025, 13:30 - A | A

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AGRICULTURA

Apta Regional exibe inovações que impulsionam o agronegócio paulista no GAFFFF 2025

O Bom da Notícia/ com assessoria

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Apta Regional, estará presente no Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, apresentando quatro projetos inovadores em pesquisa agropecuária que reforçam a excelência tecnológica e a sustentabilidade do agronegócio paulista. O evento, que ocorrerá no Allianz Parque – São Paulo, dias 5 e 6 de junho, integrará esforços de pesquisa e desenvolvimento aplicados à pecuária de corte com Boi 777, produção de equinos BH de uso da Polícia Militar, seleção de clones de café Canephora, produção de rã-touro. 

A abertura oficial do evento conta com a Cavalgada do Agro.SP, com cavalos de elite da cavalaria do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, do Batalhão da Polícia Militar de São Paulo. A ação mostra o desempenho dos animais que colaboram com o policiamento de SP. Os cavalos selecionados da raça Brasileiro de Hipismo (BH) é uma tradição das pesquisas científicas com equinos na Apta Regional de Colina. Na cavalgada, cerca de 100 cavaleiros representarão diversas cadeias produtivas do agro paulista e nacional. 

Por meio de ações que integram o desenvolvimento produtivo, a sustentabilidade e a segurança pública, a Apta Regional leva ao público as quatro iniciativas, que buscam transformar os segmentos estratégicos do agronegócio: 

Boi 777 revoluciona a pecuária de corte brasileira com maior eficiência e qualidade

Tecnologia desenvolvida pela Apta Regional de Colina reduz o tempo de abate e eleva a rentabilidade do setor 

A Tecnologia Boi 777, desenvolvida por pesquisadores da Apta Regional de Colina (SP), vem transformando a pecuária de corte no Brasil ao propor um modelo mais eficiente para o crescimento e engorda dos animais. Com um sistema inovador baseado no ganho de sete arrobas em cada uma das três fases do ciclo produtivo, a tecnologia permite reduzir a idade de abate, melhorar o aproveitamento das pastagens e otimizar os recursos nutricionais, aumentando significativamente a lucratividade dos produtores.

 

O método é dividido em três etapas: na fase de cria, o objetivo é desmamar o bezerro com 7 arrobas (210 kg) até os 8 meses de idade, garantindo um bom desempenho desde a gestação. Na fase de recria, o animal ganha mais 7 arrobas, totalizando 14 arrobas (420 kg) ao fim de 12 meses, com manejo adequado de pastagens e suplementação estratégica. Por fim, na fase de terminação, o boi atinge as últimas 7 arrobas (105 kg de carcaça), podendo ser finalizado a pasto (Terminação Intensiva a Pasto - TIP) ou em confinamento, com um ganho médio diário de 1 kg de carcaça por dia. 

A tecnologia Boi 777 traz benefícios diretos para os pecuaristas, proporcionando abates mais precoces, melhor rendimento de carcaça e um ciclo produtivo mais sustentável, alinhado às exigências do mercado. O sistema foi testado e validado na Apta Regional de Colina, um dos principais centros de pesquisa em pecuária de corte do país. A unidade se tornou referência internacional, promovendo capacitação de técnicos, visitas de produtores e validação contínua de tecnologias voltadas ao setor agropecuário. 

Com esse avanço, a pecuária brasileira se fortalece, tornando-se mais competitiva, eficiente e sustentável, agregando valor à produção e garantindo carne de alta qualidade ao mercado nacional e internacional. 

Apta Regional seleciona clones de café robusta para cultivo em São Paulo

Apta Regional de Adamantina apresenta avanços que podem incentivar a diversificação produtiva e aumentar a renda dos pequenos agricultores

Atualmente, a alta qualidade dos grãos desta espécie tem atraído o interesse da indústria, sobretudo para a produção de blends utilizados em cafés espresso, cápsulas e outras bebidas. Pensando em estimular a diversificação das propriedades e incrementar a renda dos pequenos agricultores, a Apta Regional de Adamantina em conjunto com o Centro de Café do Instituto Agronômico (IAC-Apta), instituições de pesquisa vinculadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve há dez anos pesquisas para selecionar clones de café robusta adaptados às condições paulistas.

O projeto visa impulsionar a produção local de cafés de alta qualidade, destinados à indústria de torrificação, blends para cafés espresso, cápsulas e bebidas “3 em 1”. Essa iniciativa não só oferece uma nova alternativa de renda para os pequenos agricultores do Oeste Paulista, mas também reduz os custos logísticos e agrega valor ao produto final. 

Segundo Fernando Takayuki Nakayama, pesquisador da Apta Regional de Adamantina atualmente, os maiores produtores dessa espécie são do Espírito Santo e de Rondônia, mas grande parte dessa produção é enviada para São Paulo para processamento e exportação. “Diante desse cenário, por que não produzir robusta em terras paulistas?", questiona Nakayama. 

O trabalho conta com a colaboração de cinco agricultores familiares do Oeste Paulista, uma região com condições ideais para o cultivo do robusta, com temperaturas médias de 23ºC e altitude de 400 metros. "Enquanto o café arábica necessita de altitudes mais elevadas – entre 1500 e 2000 metros –, o robusta oferece uma nova opção de renda para os pequenos agricultores da região de Adamantina. O projeto também conta com o apoio da empresa Treviolo Café, que financia as pesquisas", explica Nakayama. 

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) apontam que, enquanto em 2016 os grãos robusta representavam cerca de 10% a 15% da produção, hoje essa proporção chega a 35% a 40%, com tendência de crescimento, tanto no Brasil quanto em mercados internacionais como Inglaterra e China. "O café arábica sempre foi visto como o de alta qualidade, mas o robusta, antes relegado à produção de café solúvel, agora faz parte de blends de alta qualidade. Um exemplo marcante foi o lançamento, pela Nespresso em 2010, do Kazaar, um café intenso produzido com mais de 70% de robusta, demonstrando seu potencial", complementa Nakayama. 

Além da intensidade de sabor e da cremosidade, características que fazem do robusta um ingrediente valorizado na indústria de cápsulas e em produtos como os cafés “3 em 1”, o preço pago aos produtores paulistas tem aumentado. "Devido à melhor qualidade e à logística aprimorada – que elimina custos elevados de transporte das regiões produtoras do Espírito Santo e Rondônia – os produtores de São Paulo têm conseguido vender seus grãos a valores superiores à cotação geral", afirma o pesquisador. 

Entretanto, o manejo do café robusta ainda apresenta desafios. De acordo com Nakayama, as plantas robusta vegetam mais e possuem um porte foliar mais denso, necessitando de maior mão de obra, além de uma colheita nem sempre totalmente mecanizada. "Por isso, estamos concentrando nossos esforços nos pequenos produtores, pois a colheita pode ser estocada e o produto comercializado no momento mais oportuno, tornando-se uma excelente alternativa na diversificação das propriedades", conclui. 

Apta Regional impulsiona pesquisas e desenvolvimento da ranicultura no Brasil

Rã-touro é única espécie cultivada em cativeiro para produção de carne e apresenta alto potencial de crescimento no paí, além de bioindicadora de poluição 

A Apta Regional de Pindamonhangaba vem consolidando estudos sobre a ranicultura no Brasil, destacando o potencial da rã-touro (Lithobates catesbeianus) como uma alternativa promissora para produção de carne. Essa espécie, a única cultivada em cativeiro no país, se destaca pelo crescimento rápido, alto número de ovos por desova, facilidade de manejo e carne de alta qualidade nutricional, com baixo teor de gordura e alta digestibilidade. Os visitantes do GAFFFF poderão conhecer o projeto com a exposição das rãs. 

Segundo a pesquisadora Adriana Sacioto Marcantonio, a ranicultura nacional avança com inovação e pesquisas estratégicas, consolidando a rã-touro como uma alternativa sustentável e de alto valor nutricional para produção de carne no Brasil. “Além da produção comercial, a rã-touro também é utilizada como bioindicadora de poluição ambiental, sendo empregada em testes com agrotóxicos, metais pesados e outras substâncias.” 

“Os estudos realizados na Apta Regional analisam girinos e embriões, contribuindo para o monitoramento da qualidade ambiental e segurança dos ecossistemas”, destaca Adriana. 

A unidade de pesquisa conta ainda com um Ranário Experimental aberto à visitação, que promove educação ambiental e recebe escolas para atividades educativas, reforçando o papel dos anfíbios no equilíbrio ecológico. No espaço, também ocorre a comercialização de resíduos de pesquisa, incluindo girinos, rãs jovens, rãs adultas e reprodutores. 

Interessados em visitar o ranário ou obter mais informações podem entrar em contato com Adriana pelo e-mail [email protected] ou pelo whatsapp: (12) 98804-5044. 

Parceria entre Apta Regional e Polícia Militar fortalece o policiamento montado e ações sociais em São Paulo

Projeto alia pesquisa agropecuária à segurança pública, contribuindo para a redução da criminalidade e inclusão social 

A colaboração entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, por meio da Apta Regional de Colina [unidade de pesquisa científica do Estado], tem impulsionado o policiamento montado e atividades sociais por meio da criação de cavalos. Há mais de 40 anos, a Apta Regional de Colina, disponibiliza cavalos da raça Brasileiro de Hipismo (BH) ao Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, permitindo que os animais atuem no patrulhamento ostensivo, controle de multidões e equoterapia em oito municípios paulistas. 

Em abril de 2025, a Apta Regional de Colina entregou 20 novos animais, com média de três anos de idade, para o Regimento, que faz a doma e inicia os cavalos nas operações da Polícia Militar em todo o estado. O projeto tem impacto direto na redução da criminalidade, com estudos indicando que a presença do policiamento montado contribuiu para uma queda de até 80% em indicadores criminais em áreas de patrulhamento. 

90 anos de tradição em equinos 

A Apta Regional de Colina, conhecida como a "capital nacional dos cavalos", tem 90 anos de tradição em pesquisas científicas com equinos, trabalhando com reprodução, sanidade, criação e nutrição. Os animais [criados na Apta Regional de Colina] possuem porte físico, força, docilidade e coragem, características essenciais para atuação policial. 

O projeto de melhoramento genético realizado pela Apta Regional de Colina em parceria com a Polícia Militar busca garantir cavalos cada vez mais adaptados às atividades policiais, com foco na seleção de animais com as características ideais. Segundo o pesquisador e diretor da Apta Regional de Colina, Flávio Dutra de Resende, "praticamente 100% dos cavalos disponibilizados pela unidade de pesquisa são considerados adequados para a PM”. 

A Secretaria de Segurança Pública destaca que o porte físico dos cavalos muitas vezes evita conflitos, enquanto sua força garante eficiência no policiamento. Já a docilidade e coragem permitem que eles permaneçam calmos e atentos aos comandos. 

Ainda na primeira fase da vida dos animais, são aplicadas técnicas de manejo e socialização, que estimulam a docilidade desde cedo. O processo é essencial para que os equinos se tornem confiáveis para a atuação policial. 

“Os cavalos, por instinto, enxergam o homem como predador, por isso desenvolvemos métodos que os ajudam a confiar em nós e em outras pessoas. Gradativamente, junto com profissionais da Polícia Militar que ficam na nossa fazenda em Colina/SP, vamos interagindo com esses equinos, para que eles tenham confiança em nós e em outras pessoas”, afirma Anita Schmidek, pesquisadora da Apta Regional de Colina. 

Treinamento na Cavalaria

 Ao chegarem à sede do Regimento de Polícia Montada, em São Paulo, os cavalos passam por um treinamento de aproximadamente seis meses, até estarem completamente adaptados ao patrulhamento. Os animais permanecem em atividade policial até atingirem, em média, 20 anos de idade. 

Equoterapia e esporte 

Além das ações de segurança pública, os cavalos são utilizados pela Polícia Militar em sessões de equoterapia, método terapêutico que usa equinos para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor de pessoas com deficiência. A unidade também destina cavalos da raça Brasileiro de Hipismo para competições esportivas, como salto, adestramento e Concurso Completo de Equitação (CCE). 

Apta Regional 

A Apta Regional, Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – ICTESP – é uma das sete instituições de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). São 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento no estado de São Paulo, nas áreas de agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal, sanidade animal, agregação de valor em produtos de origem animal e vegetal, sistemas integrados de produção e segurança alimentar. Considerada o maior hub descentralizado de pesquisa do agronegócio, com soluções tecnológicas aplicadas na agricultura e na pecuária paulista, focadas nas peculiaridades locais e regionais, atendendo as necessidades das cadeias produtivas do agro.