Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025

CIDADES Sexta-feira, 15 de Novembro de 2019, 17:44 - A | A

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NESTE SÁBADO

17ª edição da Parada da Diversidade promete colorir as ruas de Cuiabá contra o preconceito

Vivian Nunes/Marisa Batalha/ Bom da Noticia

(Foto: Ilustração/Reprodução)

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Chega neste sábado(16), à sua 17ª edição, a Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá, com o tema "Resistência, Amor e Luta". A marcha é considerada por seus integrantes e coordenadores como o principal ato de resistência e afirmação dos direitos LGBTQI+[Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] em Mato Grosso e no país.

 

Com uma estimativa de participação de pelo 20 mil pessoas este ano, os coordenadores do evento pretendem colorir as ruas da capital contra o preconceito e a discriminação. Mas, sobretudo, em favor dos direitos de todos aqueles que seguem, sem medo sua orientação sexual.

 

A Parada que se tornou um dos maiores eventos da capital - e a maior ação de protesto para seus militantes -, inicia às 14h se estendendo até as 23h. Tendo como ponto de encontro a Praça Ipiranga, na região central de Cuiabá. Em seguida, os militantes seguirão em direção à Orla do Porto, onde serão recebidos com apresentações artísticas regionais e nacionais.

A Parada que se tornou um dos maiores eventos da capital - e a maior ação de protesto para seus militantes -, inicia às 14h se estendendo até as 23h. Tendo como ponto de encontro a Praça Ipiranga, na região central de Cuiabá

 

No Brasil, a expectativa de vida desta população não passa de 35 anos, começando os problemas ainda na fase escolar. Mas há ainda outras questões consideradas pertinentes ao tema, para os seus integrantes, como os obstáculos impostos a travestis, homens e mulheres transexuais, muitas vezes camuflados até sob conceitos politicamente corretos, mas escancarados nas esquinas, bares, escolas e nas relações interpessoais.

 

Também a discriminação observada nas relações de trabalho, nas escolhas heterossexuais na hora dos contratos. Além da exacerbada 'perseguição' ao local onde frequentam. E, sobretudo, nas ações homofóbicas impostas por meio de brincadeiras até às agressões e assassinatos.

 

Pois mesmo que a comunidade possa computar algumas conquistas como uma das últimas, por exemplo, vinda do Supremo Tribunal Federal - que assegura a união estável entre pessoas do mesmo sexo, este direito, contudo, não é garantido na Constituição. Já que, por enquanto, não há uma lei aprovada nesse sentido. Assim, as garantias ficam por conta da jurisprudência, nos casamentos homoafetivos.

 

Para Clovis Arantes, um dos organizadores do evento e responsável pela criação das primeiras marchas na capital, o reconhecimento da sociedade do ‘nome social e da união estável, evidentemente, podem ser observadas como boas vitórias, após uma série de quedas de braço. Assim, diz, ele, este reconhecimento é visível. "No entanto, ainda não resolve o problema de violência que continua acontecendo, sempre nos colocando como alvos fáceis do preconceito e da discriminação”.

 

Ressaltando que a sociedade 'como um todo ainda peca na hora da educação', pois o resultado quase sempre pode ser visto lá na ponta, na falta de respeito às diferenças. “As pessoas não são ensinadas a respeitar as diferenças e quando se deparam com algo que supõem estar fora das regras sociais, acabam entrando em conflito, e quase sempre terminam praticando a discriminação”.

 

Já o presidente do Conselho Municipal de Atenção a Diversidade Sexual de Cuiabá, o empresário e colunista social, Valdomiro Arruda ressaltou que, em particular,  este ano, o protesto une a 17ª edição com o número do partido bolsonarista [também 17], para realizar um contraponto à luta e contra o posicionamento sistemático do presidente brasileiro que, claramente, se opõe a causa.

 

“O número faz referência ao presidente da República, Jair Bolsonaro(PSL), que deixa claro sua opção em não garantir nosso direitos constitucionais. Ou seja, tudo o que foi construído em políticas públicas, em lutas de anos, neste governo corremos um sério risco de vê-las serem desconstruídas”.

 

Valdomiro ainda aponta o tema da marcha deste ano - Tire seu preconceito do caminho que estamos passando com nosso amor -, como um outro ponto de interessante de debate, no sentido de ampliar a discussão sobre a não garantia de emprego à população LGBT. Frisando que todos os dias algum membro desta comunidade sofre discriminação no mercado, quando saem em busca de uma vaga de trabalho.

 

Assim, pontuando que neste sábado, milhares de pessoas vão colorir as ruas de Cuiabá, fazendo o trajeto, que cruza a Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e Rua XV de Novembro, unidos pelo direito de amar. Sobretudo, contra o preconceito e o direito de não precisar viver ou voltar ‘para o armário’. “Somos e temos famílias, exigimos respeito!”.