O recém-nascido Henry, faleceu na quarta-feira (28), em decorrência da falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, no Hospital Regional de Peixoto de Azevedo (674 km a Norte), onde nasceu no último dia 26. O promotor de Justiça Marcelo Mantovani Beato, que tentava ajudar a família a conseguir o leito, antes da finalização do documento que seria entregue ao MPE (Ministério Público Estadual), recebeu o comunicado do pai informando que “não precisava mais, pois já tinha falecido”.
A notícia comoveu a autoridade judicial, que de pronto e indignado com a situação, produziu um ofício como forma de “desabafo” para a Procuradoria Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente, na intenção de provocar as demais autoridades a tomar providências solucionáveis, haja vista que fatos como este são “lamentais” e tem ocorrido com frequência neste Estado de “Transformação".
Consternado devido às circunstancias da Saúde Pública Estadual, o promotor do caso criticou o governo do Estado, que nem sequer “atendeu às várias ligações” a tratar de uma extrema emergência.
Henri nasceu no dia 26 de março com dificuldades respiratórias e precisava com rapidez de transferência para uma UTI Neonatal. O menino chegou a ficar entubado numa ala mais avançada do Hospital. Mas, não resistiu e faleceu. Os enfermeiros estavam realizando a ventilação manualmente, porque a unidade de Peixoto não possuía ventilador automatizado.
Outro lado
No final da noite dessa quarta (28), a Secretaria de Saúde do Estado (Ses), divulgou uma nota afirmando que tentou ajudar o recém-nascido. Porém, o quadro respiratório do bebê se agravou e não houve tempo hábil para “socorrê-lo”.
Confira abaixo
O Governo do Estado de Mato Grosso lamenta a morte do recém-nascido Henry, ocorrida nesta quarta-feira (28.03), na cidade de Peixoto de Azevedo. Henry nasceu no dia 26.03 em Guarantã do Norte e foi transferido no mesmo dia para o Hospital Regional de Peixoto de Azevedo devido a um problema respiratório. Naquela unidade hospitalar, o recém-nascido foi imediatamente entubado e o médico solicitou a internação dele em uma UTI neonatal nos hospitais da região. A Secretaria de Estado de Saúde tentou, sem sucesso, uma vaga em UTI neonatal no hospital de Tangará da Serra.
A UTI aérea foi acionada para fazer a transferência assim que fosse possível obter uma vaga em UTI neonatal. No entanto, o quadro respiratório se agravou e o recém-nascido faleceu às 6h30 desta quarta-feira, antes de sua transferência para outra unidade hospitalar.
A Secretaria de Estado de Saúde informa que atualmente cerca de 550 leitos de UTI recebem financiamento do Governo do Estado e que suas equipes realizam um rastreamento intenso em busca de leitos vagos de UTI sempre que há demandas reguladas. Entretanto, ainda existe no Estado um gargalo de ofertas de leitos de UTIs, principalmente infantil e neonatal.
A Secretaria de Estado de Saúde ressalta ainda que não tem medido esforços para melhorar a rede pública de saúde e tem colaborado com as prefeituras no custeio de UTIs, média e alta complexidade, atenção básica, farmácia e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).