A jornalista e atriz, Hadassah Luz Nogueira de Souza, de 34 anos, criou uma 'vaquinha' online para realizar o sonho de fazer a cirurgia de redesignação sexual. Moradora de Cuiabá, a transgênero busca arrecadar cerca de R$ 50 mil para custear todo o processo, que será feito no exterior.
Hadassah nunca teve dúvida de sua sexualidade, contudo, sempre teve medo do preconceito que, segundo ela, acontece até hoje. Esse, foi um dos motivos para que, somente após 33 anos, ela se assumisse, de fato, como uma mulher.
Ela conta que desde pequena se sentia diferente das outras crianças e, por isso, sempre ficava isolada e sozinha. “As outras crianças percebiam que eu era diferente e por isso me machucavam com palavras e atitudes, sei que a culpa não era delas e sim dos adultos que desde sempre incentivam o preconceito”, diz.
Hadassah nunca teve dúvida de sua sexualidade, contudo, sempre teve medo do preconceito que, segundo ela, acontece até hoje
Segundo Hadassah, o preconceito sempre se fez presente na sua família, que era incapaz de compreender a sua escolha. Provocando, inclusive, uma profunda depressão.
“Cresci ouvindo algumas pessoas dizendo para eu tomar vergonha na cara. Depois de tanto sofrer e ter que me esconder para poder viver, eu pensei em desistir de tudo até mesmo de viver, passei alguns anos no fundo de uma cama com uma terrível depressão, não tinha mais ânimo para nada, eu sabia qual seria a cura desse mal terrível, mas eu não tinha forças para gritar e pedir ajuda, o medo do abandono e do desprezo me acompanhava e me torturava dia após dia”.
O processo de transição da atriz tem pouco tempo. Hadassah decidiu se libertar em março de 2020, sem ajuda médica. Assim, não suportando mais sua aparência masculina, ela deu início a sua terapia hormonal. A partir de então, contou com o apoio e aceitação de sua mãe e irmãs que a ajudaram e muito durante todo o processo.
“Não suportava mais conviver com qualquer coisa que me remetesse a aparência masculina, já não suportava mais aquele corpo, cabelo curto, unhas sem cor, ser chamada pelo nome antigo é uma tortura, ser tratada por pronomes masculino é uma tortura. Quando surgiu as primeiras características feminina eu logo comecei a mudar meu guarda roupa, usar maquiagem até que chegou um dia que eu doei tudo que eu tinha de menino, comecei do zero”, disse a jornalista.
Apesar da libertação e aceitação de ser uma mulher transgênero, Hadassah ainda tem o desejo de dar mais um passo longo que mudará, de fato, a sua vida. Para ela se sentir completa, precisa realizar a cirurgia de redesignação sexual.
“A questão de eu querer fazer a cirurgia nada tem a ver com vaidade ou algo que eu queira agradar alguém. É algo que necessito, é uma questão de saúde mental”, conta.
Vaquinha online
Para aqueles que desejam ajudar Hadassah na sua mudança de sexo, basta clicar AQUI e fazer a doação.