Domingo, 10 de Agosto de 2025

ESPORTES Quarta-feira, 21 de Novembro de 2018, 08:33 - A | A

Quarta-feira, 21 de Novembro de 2018, 08h:33 - A | A

ARNALDO CÉSAR COELHO

Ex-árbitro que apitou final do Guarani em 1978 se aposenta da TV Globo

Orlando Antunes

Arnaldo Cézar Coelho, de 75 anos, teve uma despedida digna de tudo que fez em prol da Imprensa e, em especial, à arbitragem brasileira. Ele esteve por 29 anos como principal comentarista de arbitragem do Brasil.   

 

Nesta terça-feira, ele se despediu das transmissões no amistoso Brasil 1 x 0 Camarões e esteve ao lado do fiel e inseparável amigo, Galvão Bueno.   

 

A despedida foi emocionante e com lágrimas. Arnaldo foi o primeiro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, entre Itália e Alemanha, na Copa da Espanha. Depois ele acompanhou oito Copas pela Rede Globo.   

 

EXPULSÃO LEÃO NA FINAL COM GUARANI 

 

O que pouca gente lembra é que foi ele o árbitro do primeiro jogo final do Campeonato Brasileiro de 1978 no Morumbi, em que o Palmeiras perdeu para o Guarani por 1 a 0. O gol da vitória foi marcado por Zenon, cobrando um pênalti, até então, inusitado no futebol nacional. 

 

O árbitro daquele jogo, por coincidência Arnaldo Cézar Coelho, teve a coragem de marcar um pênalti de Leão em cima de Careca numa disputa de bola dentro da área. 

 

Leão já estava com a bola nas mãos, mas caiu nas provocações de Careca, então com apenas 18 anos, e deu um tapa no atacante. O pênalti foi marcado e Leão expulso. O meio-campo Escurinho foi para o gol para tentar defender. Mas não conseguiu diante de 99.829 torcedores presentes no Morumbi.  

 

MELHOR MOMENTO 

 

Ele pretende dar palestras e até fazer publicidade, mas antes de tudo disse que pretende um longo período de férias. Para Arnaldo, seu momento marcante foi a final da Copa do Mundo dos Estados Unidos, quando comemorou o tetracampeonato mundial do Brasil ao lado de Galvão Bueno e de Pelé.   

 

"Quando Baggio perdeu o pênalti, a gente pulava tanto... Eu agarrei o Galvão, numa gravata, e ele gritava “é tetra”, abraçado ao Pelé, faltando ar " - lembrou com os olhos vermelhos.   

 

Arnaldo Cézar também comentou que para ele o melhor árbitro que viu apitar foi Armando Marques, ícone nos anos 60 e 70, em que teria se inspirado.