As profissões que exigem que o trabalhador atue diretamente com automóveis como motoqueiros, entregadores, motoristas de ônibus e caminhoneiros, entre outros, estão constantemente expostos ao barulho do motor, vibrações, ruídos e ao calor, além de enfrentar também o barulho do próprio trânsito, razões que podem prejudicar a saúde auditiva.
A partir desse contexto, começa também o comprometimento com a qualidade de vida do profissional. Dentre os fatores determinantes, a poluição sonora gerada pelos motores e buzinas dos automóveis, o nível da poluição em vias de tráfego, seja normal ou intenso, que nos deparamos nas ruas e avenidas hoje traz um alerta sobre os problemas de saúde que às pessoas expostas diariamente a esses ruídos excessivos podem vir a ter.
A exposição frequente a diferentes tipos de ruídos é um perigo que pode ter efeitos sentidos a médio e longo prazo e levar a perda auditiva parcial ou total. “Infelizmente, trata-se de um ônus considerado quase inerente à profissão; porém, o motorista pode e deve ficar atento aos riscos existentes para preservar sua saúde auditiva”, alerta a fonoaudióloga Samia Ribeiro, da Audax Aparelhos Auditivos.
“Além do barulho alto desses veículos, uma moto, por exemplo, o condutor usando um fone de ouvido - poder passar de 80 decibéis, de acordo com a norma da OMS, esse número é tolerância máxima do corpo - acima disso o ruído/barulho já começa ocasionar riscos à saúde auditiva. Nestes casos, a dificuldade para ouvir pode chegar mais cedo. É preciso estar atento a tudo o que prejudica a audição, a prevenção é muito importante”, explica a fonoaudióloga.
“Em geral, a perda auditiva acontece de forma lenta e inicialmente imperceptível, mas muito dessas pessoas que trabalham nesses segmentos passam anos expostos, e começam a notar por meio de sensação de ouvido tampado, zumbido constante, irritação com os sons e até mesmo a dificuldade de compreensão das falas. Os danos, se não forem administrados de início, podem ser irreversíveis, em forma de uma perda parcial na recepção do som”, conclui a doutora Samia.
Prevenção
Para os trabalhadores expostos a esses ruídos intensos, a fonoaudióloga recomenda “Que para aqueles pacientes expostos ao ruído, usar protetor EPI individual, mas hoje já temos alguns tipos de veículos híbridos com motores silenciosos para não proporcionar alteração auditiva. Empresas já investem nesses equipamentos e veículos onde a emissão de ruído é menor, não atrapalhando a saúde auditiva da pessoa”, garante Samia.
No entanto, quando já existe perda de audição, pelo tempo de exposição já elevado, a solução pode ser o uso de aparelho auditivo. “Quanto mais rápido o problema for detectado e se optar pelo aparelho, melhor será para o indivíduo sentir-se integrado e confortável, conseguindo se comunicar normalmente nas conversas com amigos, parentes e no próprio trabalho", esclarece Samia Ribeiro.