A adolescente de 14 anos, que atirou em Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, irá responder por ato infracional análogo a homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar e pode pegar a pena máxima de três anos de internação, cumprida em um complexo socioeducativo. A informação consta na conclusão do inquérito da Polícia Civil apresentada em entrevista coletiva na tarde de quarta-feira (2).
De acordo com o delegado Wagner Bassi, titular da Delegacia Especializada no Adolescente (DEA), ficou comprovado que o tiro dado em Isabele foi intencional. As provas técnicas comprovaram que o disparo foi dado de dentro do banheiro, de maneira frontal, curta distância e não de fora e acidentalmente, como dito pela adolescente em depoimento.
O inquérito sobre a conclusão da morte de Isabele vai para o Ministério Público Estadual (MPE), que irá analisar por arquivar o caso ou se irá representar judicialmente contra a menor.
O delegado explicou que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o menor de idade não comete crimes, apenas atos infracionais. Desta maneira, as medidas socioeducativas que a adolescente pode pagar são: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, ter a liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade ou internação em estabelecimento educacional.
Conclusão do Inquérito
O pai da menor que que atirou na vítima, Marcelo Cestari, foi denunciado no inquérito por homicídio culposo, por entregar a arma para adolescente e fraude processual. Somadas, as penas previstas para os crimes atribuídos ao empresário podem chegar a 14 anos de detenção, mais multas.
O inquérito concluiu também que o namorado da garota - que levou a pistola Imbel 380 até a casa onde ocorreu a morte – cometeu o ato infracional análogo a porte ilegal de arma de fogo.
O pai do adolescente - namorado da autora do disparo -, Glauco Mesquita Correa da Costa, também foi indiciado por omissão de cautela na guarda de arma de fogo. A pena é de um a dois anos de detenção, mais multa.