Terça-feira, 15 de Outubro de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 02 de Maio de 2018, 09:09 - A | A

Quarta-feira, 02 de Maio de 2018, 09h:09 - A | A

BRIGA POR PODER

Eleição do Creci vira caso de polícia

Da Redação

A campanha eleitoral para escolha da nova diretoria do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso (Creci-MT) virou caso de polícia. Integrantes das duas chapas que disputam o pleito que ocorre nesta quinta-feira (03), se desentenderam, sendo necessário a intervenção da Polícia.

 

O desentendimento começou em um grupo de Whtassap após uma imagem revelar que na sede do Conselho Regional de Corretores da 19ª Delegacia Regional, no município de Sinop, um escritório de advocacia e uma imobiliária ficam no mesmo complexo da unidade e pertencem a membros que compõem a diretoria da instituição.

 

Diante do fato, o corretor de imóveis, Carlos Alberto de Oliveira, questionou no grupo a moralidade das empresas estarem ligadas no conglomerado. O questionamento, de acordo com o Boletim de Ocorrência feito no Cisc do Verdão (Centro Integrado de Segurança e Cidadania), resultou em ofensas e ameaças por parte do atual Diretor Secretário do Creci-MT, Claudecir Roque Contreira, que concorre a reeleição pela Chapa 1 “Creci Renovado”, liderada pelo atual presidente da instituição, o professor e corretor de imóveis Benedito Ódario Conceição e Silva.

 

“Como corretor de imóveis há 37 anos me surpreendi com a foto que foi compartilhada no grupo de Whtassap, e apenas perguntei, se o fato das empresas estarem ligadas fisicamente ao Creci, não se trataria de uso indevido da máquina. Acredito que seja necessário mais moralidade na condução dos dirigentes de uma instituição tão importante. Porem, fui ameaçado por Contrera ao dizer palavras de baixo calão, dizendo até que iria me ensinar a ser homem”, explica Carlos Alberto.

 

Histórico Polêmico

 

Outras discussões acaloradas já foram protagonizadas por Claudecir Contreira, diretor-secretário do Creci-MT em redes sociais. Há dois meses, ele disparou contra um empresário do setor da construção civil.  Contreira não poupou polêmica ao questionar o fato da construtora São Benedito, uma das maiores  da região Centro-Oeste, ceder o auditório da empresa para uma reunião do grupo da oposição, que lançou o professor e corretor de imóveis Carlos Alberto Lúcio como candidato a presidente pela Chapa 2.

 

O diretor-secretário  alegou  que a oposição usou o espaço para "cooptar corretores" e questionou a postura da empresa. "O fato da São Benedito ter emprestado o auditório me deixa no mínimo desconfiado de que a própria São Benedito irá tentar apoiar esse pessoal que quer voltar pro Creci.  Por que será, São Benedito? Será porque a atual gestão cobra com rigor o cumprimento de leis e resoluções que regem o mercado imobiliário? Será que está certo, fazer o certo? Incomoda tanto assim?", provocou Contreira.

 

Em resposta, um dos diretores do Grupo São Benedito, Leonardo Maluf, externou perplexidade  diante das questões levantadas por Contreira. "Quero deixar consignada a minha profunda indignação com a postura do senhor Claudecir Contreira,  que em seu nome, ou em nome da  entidade expôs indevidamente o nome do grupo empresarial ao qual faço parte. 

 

E questionou a nossa atuação empresarial, nos medindo com uma régua que não nos cabe. Quero deixar claro que, por se tratar de um processo democrático, por si só, eu já não precisaria dizer o porquê apoio e apoiarei o grupo do senhor Ruy Pinheiro em suas eleições". O empresário ainda disparou.

 

"Segundo ponto, o nosso grupo sempre esteve ao lado do segmento, independente de quem esteja à frente da administração, pois aos administradores é dado um mandato que o tempo se encarrega de encerrar. Outro ponto importante é que o nosso grupo sempre honrou com a sua função social de gerar emprego aos corretores mediante produção de unidades imobiliárias e inserção no mercado, o qual vocês atuam hoje. Desta forma, não compactuamos com o vosso pronunciamento e exigimos respeito e gentileza para que concentrem as vossas discussões eleitoreiras em bom nível, sem expor as empresas e pessoas que nada têm a ver com o processo eleitoral", disse Maluf.

 

Entenda o processo

 

A Chapa 1 “Creci Renovado” é liderada pelo atual presidente da instituição que tenta a reeleição, o professor e corretor de imóveis Benedito Ódario Conceição e Silva. A Chapa 2 “TRADIÇÃO E TRABALHO” é encabeçada por Carlos Alberto Lúcio da Silva, ex presidente da entidade, exercendo sua gestão entre os anos de 2007 a 2009.

 

A disputa pela instituição começou acirrada antes mesmo da composição das Chapas, inicialmente com embates administrativos contra o COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóvel) e posteriormente judicial, com uma Ação Ordinária com pedido de tutela provisória de urgência ajuizada pelo candidato da Chapa 2, Carlos Alberto Lúcio da Silva  objetivando a suspensão dos efeitos da decisão proferida pela Comissão Eleitoral do COFECI que indeferiu  o registro da Chapa 02, por inadimplência junto ao órgão federal por parte de integrantes do pleito. Sendo que o Juiz Federal da 1ª Vara Ciro José de Almeida Arapiraca, deferiu o pedido de tutela provisória de urgência, suspendendo os efeitos da decisão da Comissão Eleitoral do COFECI que chegou a indeferir o registro da Chapa 02.

 

Agora com a decisão segue normalmente o tramite para o registro da referida Chapa ao pleito. O próprio ex-presidente (CRECI-MT), Ruy Pinheiro, já declarou recentemente que o diretor-secretário, Claudecir Contrera, estaria promovendo o uso da instituição para beneficiar o grupo liderado por Benedito Odário, nas articulações para as eleições do Conselho.

 

Pinheiro justifica que por ter ficado à frente do órgão durante cinco mandatos, tem orgulho dos avanços e do legado que deixou, mas se penaliza diante do comando atual. “Perseguição aos corretores e praticas abusivas contra o mercado imobiliário não se pode definir como uma gestão eficiente e nem tampouco legalista e construtiva, é lamentável tal postura”, finaliza Pinheiro.

 

O Creci-MT, que possui aproximadamente 8 mil membros inscritos e 1,5 mil empresas imobiliárias. A instituição tem a missão de fortalecer a classe, dar segurança aos negócios imobiliários e fiscalizar os operadores do mercado. O voto é obrigatório e o corretor que não votar terá que pagar multa, além de outras sanções.

 

Os corretores que estiverem em débito com a anuidade poderão parcelar a dívida no órgão, até mesmo no dia da eleição.   A votação será presencial, na sede do Creci-MT, na Avenida Andre Maggi, em frente ao Fórum de Cuiabá, além de postos nas delegacias do órgão em Rondonópolis, Primavera do Leste, Sinop, Lucas do Rio Verde , Sorriso, Cáceres , Barra do Garça e Tangará da Serra. (Com assessoria)