Inquérito aponta 12 policiais do Bope como suspeitos de homicídios em MT

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Inquérito policial militar foi encaminhado à Criminal Comum apontando 12 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) como suspeitos pelos homicídios de Maycon Luiz Santana Carvalho, 21 anos, e Abner de Araújo Pinheiro Neto, 17 anos. Os dois morreram após um confronto com os militares no bairro Altos da Serra, em Cuiabá.

O inquérito foi encaminhado ao juiz da Vara Militar de Cuiabá, Marcos Faleiros da Silva, no início de janeiro. No dia 24 do mês passado o magistrado acolheu na integra a manifestação do Ministério Público e encaminhou o processo para Justiça Comum, por declínio de competência.

Conforme o documento, os militares são suspeitos de homicídio, tipificado no artigo 205 do Código Penal Militar, que prevê pena de reclusão de seis a 20 anos.

São indicados no inquérito como suspeitos pelos homicídios: 1º tenente PM Everton Bespalez, o subtenente PM Antônio José Ventura de Almeida, 2º sargento PM Lucio Eli Moraes, 3º sargento PM Rogério Rodrigues de Amorim, 3º sargento PM Diogo Muzzi Busato, cabo PM Ricardo da Silva Duarte, cabo PM Alex Sandre Souza dos Santos, soldado PM Berlitz Alves de Oliveira, soldado PM Alvino dos Santos Arruda,  soldado PM Hérico Muller Monteiro Negre, soldado PM Jonas Benevides Correa Júnior e soldado PM Lucas Alves Bataielo.

O caso aconteceu em 2020. Na época, segundo as informações da Polícia Militar, as equipes do Bope faziam patrulhamento na região quando foram recebidas por disparos de arma de fogo. Os policiais então teriam reagido.

Ainda segundo a PM, o local onde eles estavam era conhecido pelo tráfico de drogas e os dois rapazes possuíam diversas passagens pela polícia e seriam traficantes na região.

Maycon era conhecido como “Maiky Torto” e tinha passagens por roubo a um táxi seguido de  sequestro do motorista, em agosto de 2015. Também por ameaça a uma senhora com um facão, em maio de 2018, e furto ao banco Itaú do Cristo Rei, em Várzea Grande.

No dia do confronto os dois acusados foram socorridos para o Pronto-Socorro de Cuiabá, mas não resistiram aos tiros. Ainda na época, moradores e familiares dos suspeitos, conforme áudios que circularam em grupos de WhatsApp, chegaram a denunciar que policiais fizeram muitos disparos no local.

Outro lado

A Corregedoria – Geral da Polícia Militar informou que o referido Inquérito Policial Militar (IPM) foi finalizado e remetido a 13ª Promotoria de Justiça Criminal. Todavia o mesmo ainda carece de laudos periciais pendentes a serem fornecidos pela Perícia Oficial e eventuais cotas a serem requisitadas pelo MPE para melhor esclarecimento dos fatos e individualização das condutas.