A mãe do adolescente espancado nas dependências do supermercado
Universal LTDA, da Rede Serve Mais, acionou a justiça contra a empresa pelo episódio e pede o pagamento de R$ 100 mil em indenização por danos morais. O menino foi brutalmente espancado por um segurança do estabelecimento em julho deste ano, no bairro CPA II, em Cuiabá, quando tentava comprar um pacote de bolacha, ao qual foi acusado de tentar roubar.
A defesa está sendo patrocinada pelo advogado Pitágoras Pinto de Arruda e o caso tramita em segredo de Justiça na Sexta Vara Cível de Cuiabá.
Conforme explica o jurista, o episódio evidencia como o racismo está entranhado na sociedade.
“Ele não foi ‘confundido’ com bandido por alguma atitude suspeita, por falar algo que não devia. Esse menino foi espancado aos gritos de ‘ladrão’ por causa da cor de sua pele. Nós não podemos fechar os olhos a esses episódios e achar que está tudo bem uma criança ser espancada ao tentar comprar um pacote de bolacha”, comentou.
As agressões foram tão severas que o crânio da vítima trincou em dois lugares diferentes. Além disso, a vítima ficou traumatizada, não conseguindo sair de casa, com medo de novas agressões.
Apesar da gravidade do caso, conforme menciona o documento, o supermercado se limitou a demitir o funcionário autor das agressões, sem prestar nenhum outro tipo de apoio à família do garoto.
*O CRIME*
Era o dia 2 de julho quando a vítima saiu da escola e foi ao supermercado Universal, da rede Serve Mais, com R$ 10 para comprar uma bolacha. Porém, desde que entrou no local, passou a ser seguido pelo segurança do estabelecimento.
Constrangida e com medo, a criança devolveu o pacote de bolacha, deixou o dinheiro no balcão e saiu do local.
O caso não se encerrou aí. O funcionário continuou perseguindo a criança e a abordou, já de forma truculenta, no estacionamento do supermercado, a acusando de ter roubado produtos no estabelecimento. O menino negou por várias vezes a acusação e chegou a apelar ao segurança, prometendo que nunca mais voltaria ao local.
O homem, porém, deu início à sessão de espancamento, com socos, tapas e chutes. A covardia só foi interrompida após a chegada de outra cliente do estabelecimento, que interviu e pediu ao segurança que parasse as agressões.