A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriu mandado de prisão na manhã de quarta-feira (7), em Cuiabá, contra o acusado de mandar matar a jovem Viviane da Silva Ângelo, 18, que estava grávida de 7 meses. Mateus Rodrigues Pinto, conhecido por “Batata” foi localizado e detido no bairro Quilombo.
De acordo com a Polícia Civil, nas investigações sobre a morte da jovem, cujo corpo foi encontrado em estado de decomposição na região do bairro Coxipó do Ouro, o suspeito é apontado como mandante.
Viviane teria sido vista pela última vez quando realizou corrida com mototáxi para a região da Ponte de Ferro. Dois dias depois, no dia 18 de fevereiro, o corpo foi localizado já em avançado estado de decomposição. Investigações sobre o crime ainda estão em andamento, sob supervisão da delegada Alana Cardoso.
A ação da DHPP integra operação MAAT, que tem por objetivo dar cumprimento a mandados de prisão de autores de feminicídio.
Outro caso
Maycon Junior da Silva Dantas, apontado como autor do homicídio de Vanessa Tito Poquiviqui Ramos, 21 é considerado foragido. No dia 28 de fevereiro, Everton Marcos Stoppi, 22 anos, autor da morte da companheira, Daniela de Oliveira Correa, 31, no bairro Pedra 90, na capital, foi preso em flagrante em ação coordenada pela delegada Ana Cristina Feldner.
Segundo a delegada, Juliana Chiquito Palhares, que coordenou os trabalhos da operação MAAT, a DHPP está dando prioridade aos casos de feminicídios. “Foram 6 casos ocorridos esse ano e todos estão com autoria definida. Em dois casos, os autores suicidaram após o crime. Os outros 4 casos os autores foram identificados, sendo em um deles realizada a prisão em flagrante do executor”, disse a delegada.
Feminicídio
A Polícia Civil, por meio das investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), em Cuiabá e Várzea Grande, identificou todos os autores de feminicídio desde o advento da Lei 13.104/2015. Os casos recentes estão caminhando para a responsabilização dos autores.
A partir da nova legislação, a DHPP passou computar as estatísticas das mulheres assassinadas por essa motivação nas duas cidades. Em 2015, foi registrado o assassinato de 35 mulheres, no entanto apenas 6 casos foram considerados feminicídio. Em 2016 foram 11 mulheres mortas e 2 dos casos estão confirmados serem feminicídio. Já em 2017, foram 15 homicídios de mulheres e sete foram mortas pela condição do sexo e estão qualificados como feminicídios. Em 2018 são seis mulheres assassinadas e os seis casos são considerados feminicídio.
Em dois, os autores mataram as companheira e se suicidaram na sequência. Em um o mandante está preso (Viviane da Silva Ângelo, 18 anos, grávida de 7 meses). Outros dois casos investigados, os autores estão identificados, sendo Maycon Junior da Silva Dantas, 30, acusado de matar Vanessa Tito Poquiviqui Ramos, 21 anos, no bairro Três Barras, em Cuiabá, em 31 de janeiro; e o suspeito da morte de Débora Pereira da Silva, de 17 anos, que não terá o nome relevado neste momento. O corpo da adolescente foi encontrado no dia 6 de fevereiro, em um córrego no bairro Três Barras.
A DHPP, na região metropolitana, tem intensificado o trabalho repressivo e atua preventivamente para que o autor não volte a praticar o feminicídio. Há um esforço coletivo da unidade em dar resposta a esses crimes hediondos.
A unidade considera importante o fortalecimento da troca de informações entre os núcleos de inteligências da Delegacia da Mulher com a DHPP, especificamente, nos casos de tentativas de feminicídio, além do monitoramento por tornozeleira eletrônica. (Com informações PJC/MT)