Os dois seguranças da empresa de segurança Agille que flagraram dois homens - um pastor idoso e um político [ex-candidato a vereador em Várzea Grande]-, em ato obsceno no banheiro da Rodoviária de Cuiabá, nesta última terça-feira (03), foram afastados das funções por conta do "despreparo" na ação "vexatória" ao abordarem as duas pessoas. E a ação dos seguranças privados será investigada pela Polícia Civil.
A empresa responsável pela segurança também foi notificada e orientada a qualificar seus profissionais, para que ações desastrosas como esta não se repitam. Um curso será ministrado, de graça, por policial integrante do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia em Mato Grosso (GECCH).
O vídeo, divulgado pelo O Bom da Notícia no início da semana, que passou a circular pelas redes sociais, mostra a intervenção dos seguranças do terminal engenheiro Cássio Veiga de Sá, após uma denúncia de que 2 homens estariam mantendo relação sexual dentro de um dos banheiros.
As imagens foram registradas por uma terceira pessoa, que teria acionado os seguranças. Inclusive, o homem que faz as imagens aparece proferindo ofensas e palavrões contra o idoso e o jovem, que teriam sido flagrados em ato libidinoso.
Segundo o administrador do terminal rodoviário, Jony Audrey Soares Braga de Farias, este tipo de situação ocorre com frequência no terminal e a orientação é que a Polícia Militar seja acionada e tome as medidas cabíveis. Em relação as imagens, Jony disse que desde o incidente, foi reforçado aos funcionários, terceirizados ou não, que não devem ser permitidos os registros, para evitar a exposição dos envolvidos e, consequentemente, do próprio terminal.
Para o tenente-coronel PM Ricardo Bueno, que responde pelo Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia de Mato Grosso (GECCH), ficou clara a situação envolvendo o preconceito. Inclusive será acionado o Núcleo de Defesa da Pessoa Idosa, pelo fato de um dos alvos ser um idoso.
Bueno salienta que independente do fato dos dois homens terem cometido o delito, a atitude tomada em relação ao caso é passível de punição, pois eles não poderiam ser constrangidos e ter suas imagens divulgadas de forma vexatória, como ocorreu. Se houve o delito, eles deveriam ter sido encaminhados para a delegacia e, possivelmente, seriam atuados em Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Bueno, que garante que o caso já está sendo acompanhado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).