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POLÍTICA Terça-feira, 05 de Setembro de 2023, 12:17 - A | A

Terça-feira, 05 de Setembro de 2023, 12h:17 - A | A

NOVA POLÊMICA

15 vereadores pedem providências da Assembleia em caso envolvendo Cattani e Maysa Leão

Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

(Foto: Ilustração)

VEREADORES NA AL COM MAYSA 2.png

 

Na tade desta última segunda-feira(04), a parlamentar republicana Maysa Leão - acompanhada dos vereadores Demilson Nogueira e Luis Claudio(ambos do PP) - entregaram documento ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho(União), pedindo providências contra o deputado bolsonarista, Gilberto Cattani(PL), por violência política de gênero.

No documento assinado por 15 vereadores da capital, eles pedem que a presidência do Legislativo estadual e a Procuradoria Especial da Mulher na Casa tomem as providencias cabíveis contra o bolsonarista.

De acordo com Botelho, o documento entregue pelos vereadores será encamminhado à Comissão de Ética, onde Cattani já vem sendo investigado por suposta falta de decoro parlamentar, após comparar a gestão de mulheres com a de vacas e por meio de vídeo viralizado nas redes sociais, pedir desculpas à duas vacas por compara-las às mulheres feministas.

"O documento será analisado pela Comissão de Ética que investiga o Cattani por possível falta de decoro parlamentar. Estou pedindo aos membros dessa comissão que façam uma análise detalhada deste nova polêmica e mande para a presidência, um relato detalhado sobre tudo, se necessário que seja feito um relatório até pela polícia para que a gente saiba quais as medidas que poderão ser tomadas".

Ao admitir que esta nova polêmica deverá pesar contra Cattani, mas que ele, como presidente não poderia interferir na comissão. Ao evitar, inclusive, 'esticar assunto sobre o tema', sob o argumento que não saberia o teor completo das ações contra o deputado bolsonarista.

"Como presidente desta Casa não tenho como interferir, de ofício, na comissão, pois cada uma tem seu poder. Todo mundo sabe que ele[Cattani] tem as suas responsabilidades e a Casa pode, por meio da comissão, sugerir alguma punição [...] O que eu poderia fazer já fiz que foi afasta-lo da Comissão de Direitos Humanos e Direitos em Defesa da Mulher. Agora é aguardar a comissão e depois apresentar, caso necessário, esse relatório em plenário [...] Mas acredito, sim, que essa nova polêmica pode pesar contra o deputado mas é necessário esperar análise dos deputados que fazem parte da comissão".

Maysa e o Cattani protagonizam um enfrentamento histórico por conta de postagem feita pelo bolsonarista em seu Instagram. A republicana alega que o deputado, ao postar um recorte de 90 segundos de um diálogo que durou mais de 1 hora, no Cast do Bom, no site O Bom da Notícia, ocorrido no dia 10 de agosto, ele supostamente 'teria incitado seus seguidores ao crime de ódio e violência política de gênero'. Ao pedir que seguidores comentassem seu posicionamento a favor da castração[retirada] do membro de homens que cometem crime de estupro. Em cujo recorte a vereadora disse sobre a necessidade de mais estudos sobre o caso, porque a justiça julga seres humanos, assim, com cuidado para que as 'punições não remetam a humanidade à barbárie e aos tempos medievais'.

"A gente veio hoje protocolar um pedido de providência dos vereadores da Câmara de Vereadores de Cuiabá. Um caso que extrapolou a pessoa física, atingindo a parlamentar. Então é um caso que precisa ser apurado por essa Casa, que é a Casa de Leis onde ele[Cattani] tem o cargo dele, então entregamos o documento para o presidente Botelho e para a Procuradoria Geral da Mulher da Casa, cuja presidente é a deputada Janaína Riva", detalhou Maysa.

O documento detalha cronologicamente como tudo aconteceu, desde a postagem até as quedas de braço protagonizadas pelos dois, após Maysa pedir que Cattani retirasse o post das redes.

Igualmente, nesta segunda, Maysa Leão fez um boletim de ocorrência presencial contra o deputado junto a delegada Judá Maali Pinheiro Marcondes, que assumiu recentemente a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, em Cuiabá. A parlamentar já havia realizado semana passada o registro de forma virtual.

Em suas redes sociais a vereadora lamentou esta queda de braço política, ao revelar que 'jamais pensou que isto lhe aconteceria'. "Eu não conhecia este deputado, tentei de todas as maneiras resolver o ocorrido de forma amigável, fui ignorada, depois obtive uma resposta da assessoria jurídica dele de que eu buscasse meios legais para resolver a situação. Como se não bastasse, ele ainda pediu a cassação do meu mandato e está me processando criminalmente por expor publicamente a violência a qual venho sendo submetida, após uma publicação realizada por ele em seu instagram".

Outro lado

Em contrapartida, a defesa de Cattani alega que a veredora Maysa leão teria cometido crimes de calúnia, injúria e difamação. E solicitou a instauração de uma investigação por suposta quebra de decoro contra a parlamentar, na Câmara de Vereadores de Cuiabá, sob o argumento de estar sendo acusado sem provas de incitar pessoas a cometerem crimes.

De acordo com o advogado do deputado, Daniel Luis Nascimento Moura, Maysa estaria cometendo crimes de calúnia, difamação e injúria ao dizer à imprensa e na Tribuna da Câmara Municipal que Cattani incentivou pessoas a ameaçarem ela e seus familiares.

"O corte publicado por Cattani não houve edição e é o mesmo que está na entrevista que está no Youtube para qualquer pessoa ver".