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POLÍTICA Domingo, 28 de Janeiro de 2024, 12:28 - A | A

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SOB ANÁLISE

Com movimentos eleitorais antecipados, disputa em Cuiabá acirra; Republicanos pode entrar em cena

Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

(Foto: Ilustração)

MAYSA E DIEGO - QUEDA DE BRAÇO.png

 Vereadora Maysa Leão e o deputado Diego Guimarães, do Republicanos

Comumente, os processos eleitorais nas capitais brasileiras ocorrem com bastante antecipação, com históricas 'quedas de braço e em grande cabos de guerra'. Em Cuiabá, literalmente, não tem sido diferente, com pré-candidaturas bastante antecipadas e algumas que veem sendo estruturadas desde meados do ano passado.

Entre as principais estão do deputado federal Abílio Brunini(PL), do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho que disputa com seu colega de partido, o deputado federal licenciado e secretário da Casa Civil, Fábio Garcia, na escolha do União Brasil sobre quem, de fato, será o nome da sigla.

Em igual situação está o deputado estadual petista, Ludio Cabral que busca critérios claros dentro da Federação Brasil da Esperança - PT, PV e PCdoB -, na escolha entre ele e o vice-prefeito da capital, José Roberto Stopa para o pleito.

Obviamente, que existem outros bons players[jogadores] fora da bolsa de apostas e das pesquisas quantitativas, que veem correndo por fora como a ex-deputada federal do PT e atual diretora da Conab, Professora Rosa Neide. E os parlamentares estaduais Diego Guimarães e Carlos Avallone, respectivamente Republicanos e PSDB.

Entre os principais partidos que, até agora, não se mostraram dispostos a encarar uma candidatura própria em Cuiabá estão o PP, PSB, PSD, MDB, PRD [fusão entre PTB e Patriotas]. Boa parte deles já tendo feito convite à Botelho para migrar do União para dar continuidade ao seu projeto político na disputa pelo comando do Palácio Alencastro. Por conta, inclusive, dos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto do cuiabano que aponta preferência pelo presidente da Assembleia Legislativa.

Mas, em particular, um deles, o Republicanos vive uma interessante e silenciosa discussão interna. Pouco publicizada, contudo, travada com boas munições nos bastidores políticos. Em especial, entre o deputado Diego Gumarães, e os vereadores Eduardo Magalhães[presidente do diretório de Cuiabá] e Maysa Leão.

À imprensa, o deputado Diego Guimarães têm dito que seu nome está colocado no partido como pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá para a sucessão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Ainda que tenha deixado claro que o foco da legenda, neste momento, é construir uma boa chapa na proporcional, de olho em eleger mais vereadores.

Diego 'bate na tecla' que o processo eleitoral ainda continua distante, ou seja, há nove meses do pleito. E que há pela frente um longo processo de escolha dos candidatos dentro das siglas e, sobretudo, no alinhamento e formação de alianças. Assim, até lá 'tem muita água para passar debaixo da ponte'.

"As eleições ainda estão distantes, temos ainda meses antes das eleições. E não sabemos nem se esses três ou quatro nomes que se colocam como pré-candidatos serão, efetivamente, candidatos".

Ao reiterar que se 'for vontade do partido', do grupo político, seu nome estaria à disposição. "Acho que anteciparam muito esse processo eleitoral. A população que está lá na ponta, ela quer saber de melhoria dos serviços públicos, dos serviços que são prestados. Hoje, Cuiabá tem uma carência muito grande na saúde, na infraestrutura urbana e ficar falando só do processo eleitoral cansa".

Ao frisar que o Republicanos, até o momento, não fechou conversações com nenhum pré-candidato. Ou seja, de fato, o partido ainda não teria declarado apoio a ninguém. Há apenas possibilidades e algumas simpatias. Então, até lá, diz Diego, seu nome está mantido e à disposição'.

Até concordou, em parte, com a declaração de Diego, a vereadora Maysa Leão, em especial, sobre o partido não ter definido como irá caminhar com relação às candidaturas majoritárias, na disputa pela Prefeitura de Cuiabá.

Em entrevista esta semana à Rádio Cultura, Maysa classificou, porém, como 'remota', não impossível, que o Republicanos 'bata o martelo' em favor de uma candidatura 'cabeça de chapa', sobretudo, ao nome de Diego Guimarães'.

Ao asseverar que a legenda estaria, sim, bastante consciente do que não fará nestas eleições. Ao citar, por exemplo, que a sigla não se aliaria ao PT, por conta das diferenças ideológicas. Nem, tampouco, apoiaria o deputado bolsonarista, Abílio Brunini, por conta de suas posturas à extrema direita, assim, muito radical.

"Sabemos claramente com quem não iremos caminhar. Não iremos com o PT, nada pessoal ao deputado Lúdio ou Rosa Neide, mais o alinhamento ideológico não permite essa incoerência, então já sabemos que não vamos. E também não caminharemos com o Abílio por uma postura ao alinhamento ideológico dele, que é de extrema direita. E o Republicanos é um partido de centro direita e mais moderado em suas colocações [...] E o caminho que Abílio trilhou em toda essa controvérsia que permeia o nome dele não nos permite caminhar ao lado dele".

Para Maysa, a tendência natural é que o partido apoie o candidato do União Brasil que pode ser o deputado estadual Eduardo Botelho ou o secretário da Casa Civil, Fábio Garcia. Assim, fechar uma composição com o grupo político do governador Mauro Mendes.

"A gente tem uma remota possibilidade de candidatura própria, mas existe, com Diego Guimarães. Ele se colocou à disposição e foi o deputado mais votado da chapa e a gente tem este respeito. Mas esse não é o nosso desejo, mas dizer que isso não vai acontecer também não podemos falar. Contudo, sabemos que temos o vice-governador[Otaviano Pivetta] alinhado ao governador".

Já Pivetta, como a maior liderança do partido - que até se posicionou algumas vezes em favor de Diego Guimarães -, ultimamente, tem dito em conversa com jornalistas que quer passar ao largo destas discussões. Classificando as eleições municipais como pleitos absolutamente paroquiais, assim, com características própria,s em seus debates mais fechados nos programas de melhorias das cidades.

Ainda que, recentemente, em entrevista à uma rádio na capital, tenha admitido que, em se tratando da capital, estas articulações mudam um pouco. Prometendo, porém, ter uma participação discreta no pleito.

"Penso um pouco diferente do tradicional. Eu acho que as eleições municipais, salvo a capital, são eleições mais paroquiais. Assim, acho que é importante a sociedade local se entender, com o mínimo de interferência de políticos e autoridades de fora, que não vivem a realidade [...] Então, o que eu pretendo fazer é participar o mínimo necessário, cumprindo a nossa função de vice-governador do Estado. Atendendo todos os municípios da mesma forma, e deixando que as paróquias se acomodem e definam os seus destinos e escolham as suas lideranças".

Ao comparar as eleições municipais como uma espécie de eleição condominial, onde os moradores, sem interferência de outros condomínios, escolhem quem vai cuidar de seus residenciais.

"Eu sempre falo que o prefeito é o síndico do condomínio. Quem tem que escolher são os moradores que pagam o condomínio. Nós de fora podemos atrapalhar bastante. Quando a gente só atrapalha é melhor não participar. Eu nunca fui omisso, não sou de ficar em cima do muro, mas nós vamos fazer uma participação discreta para que a gente não sirva de instrumento para confundir a sociedade. Eu já fui candidato quatro vezes à prefeito[em Lucas do Rio Verde]. Nunca fui de convidar gente de fora para o palanque da minha cidade. Acho isso um equívoco, na minha opinião tem que diminuir a influência de autoridades de fora. Cada município escolhe sua liderança, elege seu síndico, sem a influência da política".