Em todo país, as mulheres têm despontado em um nicho, historicamente, masculino, a política. Assim, quando elas ousam se arriscar nessa área, para defender direitos e propostas, têm que provar sua capacidade, antes mesmo de ter a chance de chegar ao posto pretendido.
Exemplo disso é a candidata ao Senado pelo Patriota, Rúbia Fernanda, mais conhecida na corporação como coronel Fernanda. E observada como uma mulher de “coragem”, a coronel Rúbia vem mostrando que não tem medo de enfrentar os desafios e que decidiu encarar a eleição suplementar, para defender os interesses de Mato Grosso.
Escolhida pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), sua entrada no cenário político, na busca de ocupar a vaga deixada com a cassação de Selma Arruda(Podemos) revela, de antemão, que leva para o Congresso nacional - em caso de vitória nas urnas -, um posicionamento mais à direita, na defesa de pautas mais conservadoras.
A candidata está em busca da vaga deixada pela ex-congressista Selma Arruda (Podemos)
Para apontar suas estratégias nesta corrida eleitoral ao Senado, que será realizada no dia 15 de novembro, de forma concomitante, com o pleito municipal, a coronel Fernanda conversa com os jornalistas Edivaldo Ribeiro e Marisa Batalha na live do O Bom da Notícia, nesta terça-feira (22), às 15 horas.
Com o apoio declarado de Bolsonaro, a coronel Rúbia Fernanda se reuniu na última sexta-feira (18), com o presidente, em uma fazenda no município de Sorriso (396 km distante de Cuiabá). Em evento ocorrido em Sinop e Sorriso, na inauguração de duas usinas.
A coronel afirma que nunca teve pretensões políticas, mas que ao receber o convite do presidente – feito em uma ligação em meados de fevereiro – resolveu aceitar sem hesitar, como “uma boa militar” cumprindo uma ordem.
Estreante na política, Rúbia vem afirmando, por meio de suas redes sociais, que suas ações eram apenas voltadas para familiares e amigos, mas agora dentre suas bandeiras estão, sim, agendas, como família e religião, mas dentro deste processo eleitoral, inseriu a defesa de que haja uma maior participação feminina na política.
“É para mudar essa realidade que aceitei disputar uma eleição. Quero incentivar as mulheres a entrar na política, lutar por seus direitos e mostrar que nós temos propostas relevantes que podem favorecer nosso Município, nosso Estado, nosso Brasil”, ressalta a pré-candidata ao Senado por Mato Grosso, coronel Fernanda (Patriota).
Outro avanço considerado importante pela militar para fortalecer as candidaturas femininas foi o estabelecimento legal de, no mínimo, 30% das vagas para as mulheres, o que é garantido pela Lei 9.504/1997. Lembrando que ainda assim, as mulheres têm diminuta representatividade no Congresso Nacional, chegaram a no máximo 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Dos 81 senadores em exercício, para a 56ª Legislatura (2019-2023), apenas 11 são mulheres, sendo que duas delas pertencem à região Centro-Oeste, ambas eleitas pelo Mato Grosso do Sul.
Apontando que sabe, contudo, que deverá enfrentar adversários com bem mais dinheiro do que terá em sua campanha, mas que isto, nem de longe a amedronta, ao contrário, a incentiva. “Será uma campanha com economia, aliada às redes sociais. Vamos precisar de voluntários e de apoiadores em todo o Estado”, enfatiza.