A deputada estadual Janaina Riva (MDB) voltou a criticar, nesta quarta-feira (9), o governo do Estado pela condução da obra na região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, cuja execução foi suspensa após o investimento de cerca de R$ 30 milhões em um projeto que, segundo especialistas, já havia sido desaconselhado desde o início.
Durante entrevista concedida na Assembleia Legislativa, a parlamentar lembrou que a Casa chegou a destinar orçamento para a construção da MT-030, alternativa viária que encurtaria o trajeto entre Cuiabá e Chapada e evitaria a intervenção na encosta do Portão do Inferno — local geologicamente instável.
“Essa questão do Portão do Inferno tem trazido um impacto gigantesco para a economia de Chapada. A Assembleia chegou a garantir dinheiro para a MT-030. Nós defendemos uma nova rota, que inclusive facilitaria a vida do cidadão mato-grossense. Seria um caminho mais curto e seguro”, destacou.
Janaina criticou a insistência do Executivo em tocar a obra contrariando os pareceres técnicos. “O governo ignorou a ciência, ignorou os estudos e insistiu num projeto fadado ao fracasso. Jogaram fora 30 milhões de reais. Agora a obra está parada, e quem paga essa conta é Chapada dos Guimarães”, disparou.
Ela também cobrou medidas emergenciais para mitigar os prejuízos econômicos ao município, conhecido por seu potencial turístico. “Estamos vendo eventos que sempre foram realizados em Chapada migrando para Cuiabá. Empresários estão falindo. O governo precisa equiparar essas perdas e devolver a Chapada o fôlego que tirou dela”, afirmou.
A parlamentar ainda ressaltou que o debate sobre a MT-030 foi puxado desde o início pelo deputado Nininho (PSD), que alertou para a urgência de uma solução alternativa. “A Assembleia não se omitiu. A responsabilidade por esse prejuízo não é nossa. Está nas mãos de quem tomou decisões erradas, mesmo diante de todos os alertas”, destacou.
O impasse em torno do Portão do Inferno se arrasta há meses. A obra iniciada pelo governo previa contenção da encosta, mas foi paralisada após deslizamentos e o agravamento da instabilidade geológica. Desde então, o acesso à Chapada pela MT-251 está comprometido, afetando diretamente o turismo e a economia local.