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POLÍTICA Terça-feira, 05 de Dezembro de 2023, 11:54 - A | A

Terça-feira, 05 de Dezembro de 2023, 11h:54 - A | A

JUSTIÇA FEITA

Distribuindo flores e comparando tormenta ao período que Lula ficou preso, Edna volta à Câmara

Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

(Foto: Ilustração/Assessoria)

EDNA VOLTA A CÂMARA 1.jpeg

 

Distribuindo sorrisos e flores vermelhas, a vereadora petista Edna Sampaio retornou nesta terça-feira(05), à Câmara de Cuiabá, embalada por músicas regionais e acompanhada de pessoas que lhe deram apoio neste período em que foi cassada na Casa de Leis.

Tranquila, a parlamentar observou com bastante naturalidade a resistência do presidente da Mesa Diretora do parlamento cuiabano, Chico 2000(PL), em não lhe dar posse ainda hoje. Ao asseverar que cumpriu sua agenda, que era retomar seu mandato na Câmara de Veredores de Cuiabá.

"Hoje vim tomar posse do meu mandato e fiz isto. Se o presidente[Chico 2000] entende - mesmo sabendo da decisão da Justiça e mesmo que a Câmara tenha sido notificada do meu retorno - e ainda assim insiste em manter o meu mandato interditado. Bom, aí que que cada um responda por aquilo que escolhe. Sabemos que todos temos responsabilidades, seja individual ou institucional".

No seu retorno hoje, após conseguir derrubar na Justiça o processo administrativo que cassou seu mandato no Parlamento, Edna comparou sua situação aos dias de tormenta vividos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - que ficou preso por 580 dias, após no dia 12 de julho de 2017, Sergio Moro, então juiz federal de primeira instância, condena-lo a nove anos e seis meses de prisão.

Em fala feita próximo ao obelisco do Centro Geodésico da América, bastante emocionada frisou que não foi fácil para ela ver 'uma mentira sendo contada tantas vezes para derrotar uma mulher'.

"Não é fácil acreditar numa verdade, quando a mentira é contada tantas vezes para derrotar uma mulher [...] Uma mulher que é violentada, às vezes, tem dificuldade de se levantar e reconhecer o seu próprio valor. Mas eu choro aqui de emoção por poder voltar de cabeça erguida. Assim como Lula, que é meu grande inspirador, eu sempre disse que meu mandato não vale minha dignidade, meu caráter. E que, portanto, poderia perdê-lo, mas perderia de cabeça erguida porque estou aqui para honrar aqueles que acreditam em mim".

À jornalistas, a vereadora lembrou os ataques recebidos e a violência política de gênero de que foi alvo no parlamento cuiabano.

"Estou aqui para marcar a minha volta à Câmara Municipal de Cuiabá depois de ter sido retirada da forma violenta como fui. Estou aqui com aqueles e aquelas que constroem conosco nosso mandato. E estou muito tranquila. Depois do jeito que fui atacada, e para quem passou o ano inteiro sendo desumanizada do jeito que eu fui, mais um dia menos um dia não significam nada. Eu estou aqui muito feliz não só porque eu voltei ao mandato, mas também porque durante todo esse período nunca me faltou apoio, nunca me faltou pessoas do meu lado [...] Então uma sessão, duas sessões, não importam. Quinta-feira estarei aqui e com certeza vou atuar na Câmara como vereadora como foi minha intenção desde que assumi".

Questionada se haveriam rusgas com seu suplente Robinson Cireia, que assumiu sua cadeira neste período de cassação, a vereadora assegurou que divergências são normais e que não houve uma ruptura, 'um esgarçamento da relação'.

"Sou muito franca, muito sincera naquilo que acredito,. Naquilo que acredito que seja bom para o partido. Acho que essa forma de existir na política, talvez seja um pouco incômoda para aqueles que não querem ouvir. Ou querem sempre ter o consenso sobre absolutamente tudo. Como vocês puderam notar, sou uma voz divergente aqui e não fui eu quem disse isso".