Em entrevista ao Cast do Bom no site O Bom da Notícia nesta terça-feira (31), o vereador emedebista Sargento Vidal, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI dos Indenizatórios -, na Câmara de Cuiabá, explicou que independente do tamanho da denúncia que chegue à Casa de Leis ou ao seu gabiente, ela merece ser investigada.
Ao se referir à CPI que preside e investiga possíveis irregularidades nas contratações de medicamentos, o que pode ter causado um prejuízo de R$581mil aos cofres públicos, em suposta denúncia de compra superfaturada de remédios na Secretaria Municipal de Saúde, que está sob intervenção do governo estadual.
“Investigar está no meu sangue, já que como policial, durante anos, fiz parte do Serviço de Inteligência da PM em Mato Grosso. Quanto a esta denúncia que resultou na CPI, quando ela chegou na Câmara o Chico [Chico 2000 - presidente do parlamento] me chamou dizendo que o prefeito [Emanuel Pinheiro-MDB] ia trazer uns documentos que era para irmos lá para recebe-la. Aí eu fui, acompanhando o Chico até o Palácio e lá o prefeito trouxe aquela denúncia. Perguntei ao Chico se eu podia ficar com ela aquela noite para dar uma lida. No outro dia de manhã eu apresentei o pedido da CPI e consegui as assinaturas”, explicou.
Ao voltar a reiterar sobre a necessidade do vereador de apurar quaisquer denúncias que cheguem à Câmara.
“A denúncia frágil ou falsa ela tem que ser investigada, como eu digo eu trabalhei muitos anos no Serviço de Inteligência da polícia e teve algumas vezes, ainda na PM, quando chegava uma ou outra denúncia e mesmo parecendo frágil a gente investigava. E foi assim que fiz a minha maior apreensão de armas em Mato Grosso. Veio de uma denúncia que ninguém botou fé, só eu e o outro policial, quando apreendemos mais de 500 armas. Isso de uma denúncia fraca. Então um assunto tão sério apresentado pelo prefeito a gente não podia deixar de investigar”, acrescentou.
Vidal ainda asseverou que a denúncia é, sim, grave e merece ser apurada com rigor.
“Realmente os documentos são comprobatórios. Sobretudo, porque quando a gente fala de Indenizatórios isto significa uma compra que é realizadas sem pregão ou licitação. Contudo, causou estranheza, esta compra já que a administração do prefeito Emanuel Pinheiro já havia fechado um acordo com o Consórcio Municipal de Saúde, antes da Intervenção, assim, já tinha um canal para estas compras.. Então devido a isso aí, a gente pegou 14 produtos aleatórios de 300 que foram comprados nesse processo indenizatório com sobrepreço que já chegou a R$581 mil. E pediremos a punição para os culpados, se for comprovado que houve dolo”, disse ele.
Além do vereador Sargento Vidal (MDB), que está na presidência da CPI, igualmente, fazem parte dela o vereador Luís Claudio (PP) como relator e o vereador Ricardo Saad (PSDB) como membro.
O Gabinete de Intervenção da Saúde de Cuiabá nega as irregularidades, e garantiu que vai entregar os documentos solicitados pela CPI. Ao destacar que já foram tomadas as medidas cabíveis contra a denúncia apresentada pela administração do prefeito Emanuel Pinheiro, sob o argumento que ela seria infundada.
Participou da bancada do Cast do Bom, mais uma vez, a advogada Bárbara Lenza, advogada para Mulheres e uma profunda estudiosa dos direitos da mulher em Mato Grosso.
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