Sexta-feira, 18 de Abril de 2025

POLÍTICA Quarta-feira, 11 de Outubro de 2023, 17:20 - A | A

Quarta-feira, 11 de Outubro de 2023, 17h:20 - A | A

BATEU, LEVOU

Janaina revida críticas de Emanuel; "ele fez parte dos esquemas com meu pai, falta pagar a parte dele"

Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

'Ele fez parte dos esquemas com meu pai, então conhece melhor do que eu do assunto', disse nesta quarta-feira(11), a deputada Janaina Riva à imprensa, ao ironizar declaração do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro(ambos do MDB) que acusou a parlamentar de não ter 'moral' para pedir sua expulsão da legenda 'por ser filha do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva', que teria desviado 'R$ 500 milhões em recursos públicos'.

Para Janaina, como Emanuel Pinheiro não tem o que falar dela, usa seu pai, o ex-presidente do parlamento estadual, como artifício para ataca-la. "Ele[Emanuel] fez parte dos esquemas com meu pai[Geraldo Riva]. Então ele conhece melhor do que eu do assunto. Mas ele não tem o que falar de mim, então toda vez ele fala do meu pai. Não tem absolutamente nada para falar sobre o meu trabalho, sobre o trabalho que faço na Assembleia".

Ao lembrar que falta agora ao prefeito da capital, pagar pelos seus erros como vem pagando na Justiça, o seu pai. "Como ele fez parte disso está faltando pagar a parte dele agora. Tenho certeza que quando ele deixar de ser prefeito a Justiça virá. Ela tarda mas não falha. Meu pai e eu temos CPF diferentes, da mesma forma que ele e o Emanuelzinho[filho do prefeito e deputado federal] também têm".

A queda de braço política ganhou sonoridade após a Operação Iterum deflagrada no dia 4 de outubro, pela Polícia Federal, com nove mandados de busca e apreensão cumpridos e tendo como alvos pessoas físicas e jurídicas ligadas à Log Lab Inteligência Digital Ltda, contratadas pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde. Supostamente - de acordo com relatório da Controladoria Geral da União - , o grupo teria articulado esquema envolvendo R$ 13,3 milhões de recursos federais pagos sem comprovação da prestação de serviços.

Ainda no mesmo dia da operação a parlamentar emedebista Janaina Riva que é, igualmente, vice-presidente do diretório estadual da legenda, ao falar sobre 18ª operação na gestão de Emanuel Pinheiro, 14 delas na Saúde de Cuiabá, analisou que a permanência do Pinheiro no Movimento Democrático Brasileiro teria se tornado 'insustentável', ao defender sua expulsão do partido.

E ainda informar que as consecutivas operações policiais na gestão do prefeito da capital deverá, em breve, ser tema de reunião da Executiva Nacional com a presença do presidente Baleia Rossi. E, claro, com a presença do presidente da executiva estadual, Carlos Bezerra, dela como vice da legenda no Estado, além do deputado federal Juarez Costa.

Em resposta às críticas da deputada, dois dias mais tarde, em entrevista à Rádio Vila Real FM, Emanuel revidou, ao asseverar que o partido na capital não 'seria nada sem ele' e que não haveria nenhuma investigação que comprovasse sua participação em qualquer ilicitude investigada nas operações da Polícia Civil e da Polícia Federal envolvendo integrantes e ex-integrantes de seu staff no Alencastro. Ao reforçar que a deputada, 'sendo filha de quem é não teria nenhuma moral em critica-lo'.

Operação Iterum

A operação deflagrada pela Polícia Federal - a 18ª operação policial na gestão de Emanuel Pinheiro -, investiga esquema envolvendo R$ 13,3 milhões de recursos federais pagos sem comprovação da prestação de serviços.

Durante as investigações foram detectadas incongruências e graves irregularidades na execução de contrato de serviços de tecnologia, mantido pelo município entre os anos de 2017 e 2022 com empresa do ramo de informática. Análises realizadas com o apoio da Controladoria Geral da União, que participou da operação, não encontraram evidências da efetiva prestação dos serviços contratados, bem como de sua correlação com os respectivos pagamentos.

De acordo com a PF, o grupo - entre servidores, empresários e laranjas, alvos da operação -, movimentaram cerca de R$ 250 milhões nas contas bancárias dos envolvidos e todas passaram pelas contas da prefeitura, por meio da área de informática. Do montante milionário, pelo menos R$ 13,3 milhões estavam na Secretaria de Saúde de Cuiabá.

A soma gigantesca movimentada nas contas bancárias chamou a atenção da CGU, dando início à investigação. As penas dos crimes imputados aos investigados pode chegar a 30 anos de reclusão.

No dia da operação, a Prefeitura de Cuiabá esclareceu por meio de nota que a administração estaria à disposição da Controladoria Geral da União e das autoridades federais para fornecer todos os esclarecimentos necessários.