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POLÍTICA Quinta-feira, 14 de Setembro de 2023, 17:25 - A | A

Quinta-feira, 14 de Setembro de 2023, 17h:25 - A | A

DEBATE NO SENADO

Jayme prevê nova tragédia no Pantanal em mais dois anos e quer votação de Estatuto

Em debate na Comissão de Meio Ambiente, senador lembra que em 2020 incêndios florestais no Pantanal mataram quase 17 milhões de animais.

Da Redação do Bom da Notícia com Assessoria

A possibilidade do Pantanal Mato-grossense ser abatido novamente por grandes incêndios florestais foi levantada pelo senador Jayme Campos (União-MT), durante reunião da Comissão de Meio Ambiente do Senado.

“Se não permitirem que o pantaneiro limpe lá o tal do ‘pombeiro’, o tal do ‘cambará’ e a ‘macega’, vai acontecer a mesma tragédia que ocorreu há três anos, pode escrever aí”. 

Na ocasião, senadoras e senadores debatiam o Projeto de Lei 135/2020 que altera o Código Florestal para estabelecer que áreas rurais com floresta nativa submetidas a queimadas ilegais sejam destinadas a reflorestamento.

A proposta do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) sofreu forte resistência e acabou não sendo votado em função do pedido de vista coletiva. 

Em 2020, os incêndios florestais no Pantanal mataram quase 17 milhões de animais vertebrados. Cerca de 39 mil quilômetros quadrados da área foram queimados entre os meses de agosto e novembro.  Foram 22.116 mil focos de incêndio entre janeiro e dezembro, com os piores registros nos meses de setembro (8.106 focos), agosto (5.935 focos) e outubro (2.856 focos).

Relator do projeto de lei que cria o Estatuto do Pantanal, Jayme Campos ressaltou as condições diferenciadas do ‘homem pantaneiro’ ao defender que haja manutenção da vegetação do bioma. Ele também defendeu a participação dos povos originários no debate das ações para evitar que incêndios voltem a castigar o bioma:  

“Nós temos que ter a experiência do homem pantaneiro. E o que ocorre? Fazem bonitos projetos, mas por técnicos fechados em gabinetes com ar refrigerado em Brasília, Rio de Janeiro, Nova York, Chicago. E não é a realidade” - ilustrou o senador mato-grossense, ao defender que o PL 5482/2020 seja rapidamente colocado em pauta tão logo ocorram alguns ajustes: “Caso contrário, preparem-se: não chega a daqui a dois anos e vai acontecer a mesma tragédia que aconteceu três, quatro anos atrás”.