Sábado, 27 de Julho de 2024

POLÍTICA Domingo, 07 de Abril de 2024, 19:00 - A | A

Domingo, 07 de Abril de 2024, 19h:00 - A | A

BOLSONARO EM CUIABÁ

Júlio diz que não é "enxerido" para ir a ato de Bolsonaro; presidente do UB não vê inconveniente

Marisa Batalha/ O Bom da Notícia

"Esse pessoal está muito fanático, muito radical. Fazendo política com fígado, não com a mente e com coração. Se sentindo dono do Bolsonaro como se o ex-presidente fosse uma instituição". Disse o deputado estadual Júlio Campos em entrevista nesta última quinta-feira(04), à Rádio Cultura FM.

Ao responder às insinuações feitas esta semana contra ele e seu irmão, o senador Jayme Campos(ambos do União), pelo deputado federal Abílio Brunini(PL), de que os políticos várzea-grandenses não participariam da visita do presidente Jair Bolsonaro à Cuiabá, em evento nesta segunda-feira, 8 de abril, no aniversário dos 305 anos da capital, porque ambos seriam simpáticos a esquerda. E que, inclusive, os irmão teriam sido vistos comemorando a vitória do presidente Lula, em outubro de 2022.

Ao desmentir o deputado Abílio Brunini, o parlamentar unista ainda fez questão de ressaltar sua origem política de centro-direita, lembrando que nas últimas eleições chegou a ser mais bolsonaristas do que o próprio Abílio. Ao criticar severamente o fanatismo daqueles que vivem a orbitar ao entorno do ex-presidente.

"Eu votei duas vezes[primeiro e segundo turno] em Jair Bolsonaro. Vesti camisa verde amarela. Mas, obviamente, entendo que o processo democrático exige que a gente aprenda a respeitar as derrotas. Lula ganhou e pronto [...] Então foi uma declaração muito infeliz do deputado federal Abílio Júnior porque eu sempre fui um político de centro-direita".

Ao, igualmente, garantir que quando votou no ex-presidente, o fez também levando em consideração os tempos que os dois eram colegas de Câmara dos Deputados e que tinham gabinetes próximos, no 5º andar, do Anexo 2.

"Fui até mais direita do que Abílio, porque eu voltei em uma pessoa que foi meu colega de Câmara de Deputados. E naquele momento para tirar o PT do governo, achei que Bolsonaro seria a solução. Assim, não tenho dificuldade em dizer que ele fez um bom governo, mas na reeleição ele perdeu para ele mesmo, pois falou muita coisa que não deveria, principalmente, na Covid-19. Fazendo aquelas cenas inconvenientes. E o eleitorado o julgou, embora contra o meu voto".

Mas ao ser questionado se as pessoas ligadas ao União Brasil e à pré-candidatura de Eduardo Botelho deveriam participar do ato que será realizado por Jair Bolsonaro, na segunda, às 9 horas, na Praça 8 de Abril, conhecida como a Praça do Chopão, Júlio foi radical: não.

Ao explicar que se fosse um evento político, longe do processo eleitoral, ele iria. Entretanto, a vinda de Jair Bolsonaro à capital mato-grossense, neste momento, segundo Júlio, será para lançar as pré-candidaturas de Abílio Junior na disputa pela Prefeitura de Cuiabá e e de Flávia Moretti, para Prefeitura de Várzea Garnde, pelo Partido Liberal. Assim, contra seus candidatos nos dois municípios.

"Eu não sou enxerido para ir onde não me convém. Eu sou do União Brasil e o Bolsonaro está vindo nessa segunda para lançar Abílio Brunini que é do Partido Liberal e contra o candidato dos meus sonhos, o deputado Eduardo Botelho. E ainda lançar Flávia Moretti igualmente adversária do meu candidato Kalil Baracat, que busca a reeleição. Então lá não vai ser lugar para pessoas que estão do lado de Botelho e do Kalil".

(Foto: Ilustração/Assessoria)

GISELA SIMONA NA CÂMARA FEDERAL.jpeg

 "Está bem claro nas chamadas sobre a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro à Cuiabá que ele não vem pelo candidato A ou B"

No caminho do meio

Já a deputada federal Gisela Simona - presidente do diretório municipal do União Brasil, em Cuiabá -, preferiu colocar 'panos quentes' neste cabo de guerra sobre quem é mais 'amigo de Bolsonaro'.

Ou ainda quem pode recebê-lo nesta segunda, no aniversário de Cuiabá.

Em entrevista ao Cast do Bom, no site O Bom da Notícia, Gisela acredita que o fato de Bolsonaro lançar, na capital, o parlamentar federal Abílio Brunini como candidato do PL, não significa que simpatizantes do ex-presidente não possam participar do ato. E, nem tampouco, significa que aqueles que estiverem presentes deverão estar ali para votar em Abílio ou trabalhar para ele. "Está bem claro nas chamadas sobre a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro à Cuiabá que ele não vem pelo candidato A ou B".

Assim, a parlamentar entende que ele vem à Mato Grosso pelo exímio trabalho realizado pelo governador Mauro Mendes - presidente estadual do União -, e de toda a sua base aliada, que garantiram quase 70% dos votos à Jair Bolsonaro no Estado, em 2022.

Desta forma, Gisela fez questão de chamar de boatos quaisquer restrições do partido ou do pré-candidato da legenda, Eduardo Botelho, no sentido de proibir que simpatizantes do ex-presidente participem do evento.

Ao, inclusive, pontuar que após ato na capital, Bolsonaro vai para Diamantino (178 km distante de Cuiabá) para participar de ato com o pré-candidato à prefeitura do União Brasil, Francisco Mendes, irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.