O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) elogiou esta semana, durante audiência com a interventora Danielle Carmona, nas Comissões de Saúde da Assembleia, o trabalho feito pela equipe de intervenção na saúde de Cuiabá, pelo Estado. Deixando, contudo, claro, que a equipe não conseguirá em tão pouco tempo, caso permaneça somente os 90 dias, resolver os problemas estruturais da secretaria municipal e de suas unidades.
“O caso de Cuiabá é inaceitável. As condições estruturais que se encontram, por exemplo, a Policlínica do Coxipó que já foi modelo de referência em atendimento no secundário em Cuiabá, e hoje a gente observa o seu grau de deterioração. Isto além de muito triste, é lamentável. Por isso acredito que é um problema estrutural que nenhuma intervenção dará conta de superar”, pontuou.
Além de reconhecer as melhorias na saúde municipal, entre elas a contratação de médicos para unidades básicas que estavam sem profissionais.
“O trabalho da Intervenção orientado pela decisão judicial tem conseguido produzir ações positivas e é importante reconhecer isso. O fato de termos as unidades básicas de saúde com médicos lotados em unidades onde não haviam antes é um dado positivo. O fato de o pronto socorro municipal estar atuando com a capacidade de produção maior, de procedimentos cirúrgicos é um dado positivo”, afirmou o parlamentar.
Vale lembrar ainda que a interventora Danielle Pedroso Dias Carmona Bertucini negou durante entrevista à imprensa nesta terça-feira (23), após audiência no Legislativo estadual, que a Policlínica do Coxipó será fechada. A reforma foi iniciada há dois anos, porém, não avançou.
Mas, de acordo com Danielle, a unidade passará por reestruturação dos serviços de saúde. No período, os pacientes devem ser atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jardim Leblon, mas ainda sem data para inaugurar.
Há também as obras da UPA do Leblon que deverá ser concluída até o início do próximo mês. E caso seja prorrogada a intervenção para mais 90 dias, como requerida pelo procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, a UPA será inaugurada pelo governador Mauro Mendes (UB).
Entenda
Esta semana, a interventora Danielle Carmona, em audiência nas Comissões de Saúde da Assembleia Legislativa apresentou as ações que vêm sendo realizadas pela equipe. Ao mostrar aos parlamentares as medidas adotadas pelo Gabinete Estadual de Intervenção na Saúde de Cuiabá. Dentre as medidas, a gestora ressaltou o aumento de leitos nos hospitais municipais ao longo destes os 68 dias de intervenção.
O presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, deputado Lúdio Cabral, reconheceu as melhorias na saúde municipal, entre elas a contratação de médicos para unidades básicas que estavam sem profissionais.
Na ocasião, o deputado Paulo Araújo, que preside a Comissão Especial de Acompanhamento na intervenção na Saúde de Cuiabá, comparou a saúde a um paciente que estava na UTI e foi salvo durante a Intervenção.
“Podemos fazer um comparativo com um paciente que estava na UTI, entubado, quase morrendo, e a Intervenção salvou esse paciente, tirou ele da crise e agora o paciente precisa ser reabilitado, precisa voltar a sua vida normal”, adiantando que vai referendar ao Tribunal de Justiça o pedido do Ministério Público Estadual para prorrogação da Intervenção na Saúde de Cuiabá.
Ações da intervenção
A unidade com mais leitos ociosos era o Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá, que teve aumento de 87% no número de leitos, saindo de 77 para 144 vagas ocupadas. Os leitos estavam desativados por falta de materiais, insumos e medicamentos.
No Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) foram abertos 15 leitos, sendo cinco no Centro de Tratamento de Queimados Intensivo (CTQI) e 10 leitos de UTI pediátrica que estavam fechados por quatro meses. As vagas estavam bloqueadas por falta de médicos intensivistas pediátricos, que haviam deixado de atuar na unidade por falta de pagamento dos salários.
Com a abertura desses leitos, o HMC passa a contar com 65 leitos de UTI. Um aumento de 30% de vagas na unidade, que antes contava com 50 leitos de UTI.
Já no Hospital Municipal São Benedito foram ativados 30 leitos de retaguarda clínica, que serão destinados para a internação de pacientes das UPAs e Policlínicas, o que diminuirá o tempo de espera por internação
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