Tranquilo e bastante disponível com a imprensa nesta terça-feira (21), o governador Mauro Mendes (UB) optou em evitar 'dar nomes' à supostos perseguidores à sua administração, após ser questionado se 'estes ataques' não teriam algumas interferências políticas, em especial, na operação da Polícia Federal - Operação Hermes (Hg) II -, onde seu filho, o empresário Luis Antônio Taveira Mendes, constaria na lista de investigados por comércio ilegal de mercúrio, usado para extração de ouro.
Contudo, não descartou a possibilidade, ao lembrar que seus adversários não tendo como pegá-lo como político tenta fazê-lo por meio de sua vida empresarial e familiar. “Tem cheiro de armação. Agora, para eu acusar alguém eu tenho que ter certeza, e eu jamais cometerei com alguém algo que estão fazendo comigo: de acusar sem nenhuma certeza”.
“Não sei a natureza disso, eu tenho que entender melhor para fazer esse ato, mas na política sempre tem isso, sempre tem adversários que potencializam, como nunca conseguiram me atacar como governador, pode ver ao longo dos anos que estou na política, como prefeito e como governador eu nunca fui atacado, agora minhas empresas é o tempo todo. A Operação Ararath foi uma coisa dessa, depois de três anos foi tudo arquivado. A Casa de Pedra ficou 10 anos para provar depois de um longo inquérito, que estava certo, não tinha nada daquilo, nada que foi dito. Paciência e tranquilidade”, disse.
Mendes ainda se mostrou tranquilo quanto a investigação da PF, ao revelar que no decorrer da apuração será demostrado que o fato foi um ‘grande equívoco’.
“É um grande equívoco da Polícia Federal, isso vai ser demonstrado nos autos. Quem está ao lado da verdade e de Deus não teme nada. Eu não tenho menor preocupação. Meu filho, como diz na nota, não era administrator, ele já saiu há algum tempo da administração. Alguém cometeu o erro de comprar o mercúrio e vai ter que responder pela coisa errada”, complementou.
Luís é sócio minoritário das empresas Kin Mineradora Ltda. e Mineração Aricá Ltda.
A operação
No dia 8 de novembro, 140 policiais federais e 30 servidores do Ibama participaram da 2ª fase da operação batizada de “Hermes (Hg) II”. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em cidades do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e de São Paulo, com objetivo de apurar e reprimir o comércio e uso ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro.
Na operação houve um pedido de prisão temporária do filho do governador, sob o argumento que o empresário aparece como um dos administradores da Mineração Aricá Ltda. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Raquel Coelho Silveira, da 1ª Vara Federal de Campinas, que estipulou medidas para substituir a prisão, como o pagamento de 200 salários-mínimos - cerca de R$ 264 mil - de fiança, depois reduzida. Ao negar a prisão, a magistrada explicou que não existe "vínculo associativo" entre o empresário e o Grupo Veggi.
O advogado Dr. Hélio Nishiyama chegou a citar por meio de nota 'arbitrariedade na operação federal', após inclusão do empresário Luís Antonio Taveira Mendes na operação Hermes 2.
Ao explicar que o filho do governador Mauro Mendes(UB), Luís Antonio Taveira Mendes, 'não exerce qualquer atividade de gestão, direção ou tomada de decisão nas empresas objeto da investigação, nem tampouco, figura de forma direta como sócio das empresas investigadas'.
Ainda de acordo com a defesa, o 'envolvimento do empresário e as medidas cautelares são ilegais e serão questionadas no Tribunal Regional Federal'.