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POLÍTICA Sábado, 05 de Dezembro de 2020, 06:00 - A | A

Sábado, 05 de Dezembro de 2020, 06h:00 - A | A

NA DISPUTA COM WILSON SANTOS

Mesmo reeleito, Emanuel perdeu capital político, com 22 mil votos a menos do que obteve no 1º mandato

Rafael Martins/O Bom da Notícia

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que o prefeito reeleito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), perdeu 22 mil votos em quatro anos. Em 2016, quando foi eleito em uma disputa de segundo turno contra o atual deputado estadual Wilson Santos (PSDB), Emanuel obteve 157.877 votos, o que correspondeu a 60,41% dos votos válidos.

Ao ser reeleito no domingo (29), conquistou 51,15% dos votos válidos, o que representa o apoio de 135.871 cuiabanos.

Apesar da evidente perda de capital político, Emanuel Pinheiro conseguiu um feito inédito em 2020. Foi a primeira vez que um candidato a prefeito de Cuiabá que terminou o primeiro turno em desvantagem conseguiu reverter o resultado e sair vitorioso no segundo turno.

Na eleição do dia 15 de novembro, o prefeito obteve 82.367 votos, enquanto o adversário Abílio Júnior (Podemos) somou 90.631 votos.

Bacharel em Direito, Emanuel Pinheiro entrou na política aos 23 anos, quando foi eleito vereador por Cuiabá. Em 1994, foi eleito deputado estadual e, em 1998, foi reeleito para cargo.

Em 2005, foi secretário municipal de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá. Em 2010 e 2014 foi eleito para o cargo de deputado estadual. Na época, que era deputado, foi flagrado enchendo o bolso do paletó de dinheiro, supostamente de propina.

Casado, Emanuel tem dois filhos – um deles o deputado federal petebista, Emanuelzinho Neto. 

'Relembrar é viver'

Conforme sempre noticiou O Bom da Notícia, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro foi filmado quando era deputado estadual recebendo maços de dinheiro e colocando em seu paletó, durante a gestão Silval Barbosa, em 2013. Em setembro deste ano ele se tornou oficialmente réu na Justiça Federal por conta da filmagem. O MPF aponta que o então governador Silval Barbosa acertou o pagamento de propina no valor de R$ 600 mil para cada deputado estadual,

“Como forma de garantir governabilidade e a aprovação das contas do governo, o qual seria honrado em 12 parcelas iguais e sucessivas de R$ 50 mil”, diz trecho da denúncia.

A denúncia ainda aponta que em dezembro de 2013 Emanuel Pinheiro “dirigiu-se até ao gabinete de Sílvio Cezar Corrêa Araújo, localizado na governadoria do Estado de Mato Grosso, ocasião na qual recebeu, a título de propina, a quantia de R$ 50 mil ”, afirmam os procuradores da República.

Emanuel Pinheiro alega em sua defesa que o dinheiro recebido seria o pagamento de um serviço prestado por seu irmão, Marco Polo de Freitas Pinheiro, proprietário do Instituto de Pesquisa Mark, ao exgovernador Silval Barbosa durante a campanha para governador em 2010.

Porém, o MPF alega que não existe evidência de dívida, já que não há nenhuma entrega de recibo na hora em que Emanuel recebe os Prefeito de Cuiabá detalhou de novo a sua versão maços de dinheiro.