A deputada estadual Janaina Riva (MDB) cobrou que a discussão do Orçamento de 2026 leve em conta o abismo social entre os municípios de Mato Grosso. Na tribuna, durante sessão extraordinária desta segunda-feira (22), ela disse que o Parlamento precisa enfrentar a desigualdade com prioridade. “A nossa missão é fazer com que o Estado de Mato Grosso combata verdadeiramente a desigualdade social. Não dá pra viver num estado de tanto apartheid econômico e social”, disse.
Janaina afirmou ainda que não é coerente celebrar riqueza enquanto cidades dependem integralmente da máquina pública. “Temos municípios prósperos que não precisam do governo estadual e não precisam do governo federal, e temos municípios que dependem quase 100% do Estado. É aí onde nós, deputados estaduais, temos que agir com mais firmeza”, destacou.
Segundo a parlamentar, Mato Grosso falhou em induzir emprego e renda nas regiões mais frágeis e disse que qualquer política de incentivo precisa considerar a baixa diversificação econômica. Janaina ressaltou que tentativas de articulação para verticalizar e industrializar pequenos centros ainda não deram resultado. “Avançamos muito pouco e ainda precisamos reforçar a geração de renda e emprego nos menores municípios”, disse.
A deputada atacou também a exigência de contrapartidas financeiras iguais para municípios com realidades opostas. “Não é cabível que o governo do Estado invista na mesma proporcionalidade e ainda exija contrapartida dos municípios mais pobres.”
Outro ponto que precisa ser observado no orçamento segundo Janaina é a descentralização da saúde e cobrou em sua fala a regionalização e atendimento próximo ao cidadão. “É preciso descentralizar a saúde pro povo não ficar sofrendo em ambulância”, aponta.
No social, disse que o dinheiro precisa chegar ao território. “O recurso tem de estar lá na ponta para que prefeitos, vice-prefeitos e vereadores façam justiça pelos que podem menos.”
Janaina também criticou a falta de política para agricultura familiar. “É uma vergonha pra Mato Grosso, que é o estado do agro brasileiro, ainda ter que trazer mandioca, trazer banana de outros estados.” E rebateu a narrativa oficial sobre prosperidade. “Não adianta bater no peito e dizer que estamos no estado que mais cresce se o nosso povo não tem sensação de riqueza”, avaliou.
Ao tratar das emendas parlamentares na Lei Orçamentária, ela pediu debate real. Disse que temas como Delegacia da Mulher 24 horas em Várzea Grande e reforço do IML da Baixada Cuiabana precisam avançar. E encerrou defendendo um orçamento voltado aos mais vulneráveis. “O que nós queremos é um Estado verdadeiramente rico, mais justo e mais igualitário para todos os mato-grossenses”, finalizou.
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