Terça-feira, 13 de Maio de 2025

POLÍTICA Domingo, 27 de Junho de 2021, 12:03 - A | A

Domingo, 27 de Junho de 2021, 12h:03 - A | A

DIEGO GUIMARÃES

Vereador quer ex-secretária de Saúde na CPI e pede que Ozenira exponha fatos que a levaram sair da pasta

Vivian Nunes / O Bom da Notícia

O vereador Diego Guimarães (Cidadania) disse acreditar em um melhor avanço na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos, instaurada na Câmara de Cuiabá, para apurar a responsabilidade pelos remédios com validade vencida, encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos da Capital (CDMIC).

O parlamentar espera contar com duas ‘peças’ importantes que fariam total diferença nas investigações. Os depoimentos das ex-secretárias de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo e Ozenira Félix, que deixaram a pasta em meio à crise e a fortes pressões internas.

Elizeth largou a Secretaria Municipal de Saúde em março de 2018, após denúncias diárias de falta de medicamentos, insumos básicos e superlotação no Pronto Socorro da Capital. Enquanto Ozenira, também solicitou sua exoneração em junho deste ano, já que vinha sendo alvo da oposição pelos problemas da Saúde durante a pandemia.

Em entrevista à Rádio Capital Fm, na manhã desta sexta-feira (25), Diego disse que, inclusive, já fez um requerimento para que a ex-secretária Elizeth esteja na CPI.

Confio no trabalho dos vereadores e espero que eles não manchem seus nomes tentando acobertar um ato criminoso e repugnante que aconteceu em Cuiabá

“Estive revendo algumas informações da CPI da Saúde, em 2018, e ouvi o depoimento da Elizeth, que já apresentava sinais de que a quadrilha que existe dentro da Secretaria de Saúde já estava operando. Eu gostaria muito que ela fosse ouvida para trazer maiores informações e assim contrubuir com a CPI dos Medicamentos para elucidarmos os fatos”, disse.

À época, a CPI da Saúde tinha como presidente o ex-vereador Abílio Júnior, que desencadeou a Operação Sangria e acabou provocando a prisão do ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, em março de 2019.

Ainda durante a entrevista, o vereador fez um apelo para que Ozenira Félix exponha os reais fatos que à levaram a sair da Secretaria de Saúde, uma vez que ele acredita que a ex-gestora da pasta, na Capital tenha sofrido pressão durante a sua gestão, enquanto tentava lidar e enfrentar os problemas da Saúde.

“Ozenira é extremamente preparada e muito educada. Eu não tenho dúvida da idoneidade dela. Ela não iria sujar suas mãos com atos de corrupção e muito menos de sangue, desenvolvendo qualquer rolo dentro da Secretaria de Saúde. Penso que ela saiu, justamente, porque não permitiram que ela governasse. Por isso faço um apelo público para que Ozenira traga a público os fatos que a levaram sair da pasta”, frisou o parlamentar.

CPI dos Medicamentos

Com 13 assinaturas, a Câmara Municipal de Cuiabá instaurou no dia 27 de abril, a Comissão Parlamentar de Inquérito, para investigar o gigantesco lote de medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMCI). O pedido partiu do vereador Lilo Pinheiro (PDT), que presidi a CPI. Tendo como relator o vereador Marcus Brito Jr. (PV) e como membro o vereador Marcos Paccola (Cidadania).

A fiscalização realizada por vereadores de oposição ao prefeito emedebista Emanuel Pinheiro, mostrou, vergonhosamente, o número de medicamentos com validade expirada, resultando não só na CPI mas, igualmente, na operação Overpriced, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), no dia 10 de junho deste ano.

Esta é a segunda fase da operação que mirou, desta vez, os medicamentos com validade expirada, mas ambas tiveram como alvo a Secretaria de Saúde de Cuiabá. Esta última foi determinada pela juíza da 7ª Vara Criminal da capital, Ana Cristina Silva Mendes, por superfaturamento de medicamentos contra Covid-19; quando ainda foram bloqueados R$ 2.175.219,77 de alguns agentes públicos.