Fazer corridas e caminhadas ajudam a evitar uma série de complicações à saúde, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. No entanto, quando o corpo ainda está se acostumando a um estilo de vida mais agitado, alguns problemas podem surgir. É o caso da canelite, nome popular usado para se referir à síndrome do estresse medial da tíbia.
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"Comum entre corredores de rua, a canelite surge após um período de treinamento mais intenso com muitas atividade de impacto repetitivo com os pés com corrida e saltos", explica Arnaldo Hernandez, coordenador do Núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.
A condição causa dor na região da canela, que se manifesta no início da atividade e que, na fase inicial, melhora após o aquecimento. "Nos casos mais avançados, a dor é persistente e está presente ao toque ou mesmo na colocação de vestimentas", explica o profissional. Alguns pacientes ainda podem apresentar inchaço no local.
É importante entender que a condição, causada por estresse na estrutura da canela , vem à tona por conta das atividades físicas de repetição que envolvem as pernas. "Geralmente, acontece nas atividades de impacto repetitivo em piso rígido, mas muito associada a fatores predisponentes do indivíduo", pontua Hernandez.
Os ossos da canela - conhecidos como tíbia - sofrem grande sobrecarga por conta dos impactos nos saltos e nas corridas. Com isso, surgem as dores, que podem ser aliviadas com repouso, gelo, reequilíbrio muscular com fortalecimento e alongamentos e, eventualmente, medicamentos sob orientação médica.
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Depois do diagnóstico, feito através da análise da dor do paciente, sensibilidade no local e alterações visíveis no exame de ressonância magnética, é importante seguir o tratamento correto. Além disso, se a pessoa não interromper a atividade física após os primeiros sinais, o problema pode evoluir para uma fratura por estresse da tíbia em questão.
A melhora após o início do tratamento vai variar de acordo com a gravidade da canelite. "Nos casos iniciais, demora algumas semanas. Nos casos mais antigos, demora meses ou ano. É comum persistir alguma sensibilidade local por anos durante a atividade", afirma o profissional do Sírio-Libanês.
As pessoas mais afetadas são aquelas que correm e saltam e possuem o alinhamento arqueado da perna. Além disso, a corrida em pisos duros e falta de firmeza muscular também aumentam os riscos. Quando o pé vira para dentro ao correr ou andar é outro fator que influencia no surgimento da síndrome.
Como prevenir a canelite?
Para prevenir a canelite , a recomendação é, ao iniciar a atividade física, passar por um período de adaptação com progressão lenta. "Não dar o passo maior que a perna", diz Hernandez. Além disso, é importante trabalhar todas as qualidades físicas e não apenas o condicionamento cardiovascular.
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O uso de calçados adequados também é importante. Outro ponto fundamental é contar com a orientação de um profissional para que o volume e a intensidade do exercício seja acompanhado. A canela pode levar alguns meses para se adaptar ao impacto e, por isso, o aquecimento e o alongamento devem ser realizados.
Fonte: IG Saúde