Cientistas americanos descobriram uma proteína presente nas células humanas capaz de atrapalhar a reprodução do vírus do ebola. A doença, uma das mais mortais que existem, mata até 90% dos infectados e ainda não há vacina nem medicamento disponível para tratar a população. O vírus chegou a tirar a vida de mais de 11 mil pessoas na África Oriental no surto de 2014.
Segundo a pesquisa, existe uma proteína humana, a RBBP6, que consegue interferir no ciclo de replicação do vírus dentro das células do corpo. O mecanismo funciona da seguinte forma:
Primeiro, o vírus do ebola entra na célula humana. Dentro dessa célula, existe a RBBP6;
O ebola, explicam os cientistas, tem duas proteínas que precisam se ligar uma à outra para que ele consiga se multiplicar — a VP30 e a NP;
Os pesquisadores descobriram que a proteína do vírus VP30 e a proteína humana RBBP6 conseguem se ligar uma à outra. Quando elas duas se conectam, a proteína do vírus não consegue se ligar à sua outra, a NP, o que diminui o ritmo de reprodução do vírus do ebola.
Quando a RBBP6 é removido das células, por sua vez, o vírus se multiplica muito mais rápido.
O estudo foi publicado nesta quinta (13) na revista científica 'Cell', e foi realizado em uma parceria de pesquisadores das universidades americanas Northwestern, do Estado da Geórgia e da Califórnia em San Francisco, além dos Institutos Gladstones.