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AGRO & ECONOMIA Quarta-feira, 26 de Junho de 2019, 12:40 - A | A

Quarta-feira, 26 de Junho de 2019, 12h:40 - A | A

Em 12 meses

Gasto com feijão aumenta 122%

Consumo de feijão está mais pesado no bolso dos cuiabanos. Nos últimos 12 meses, consumidores elevaram em 122% os gastos na aquisição do alimento básico. Pelo consumo médio de 4,5 kg, o desembolso foi de R$ 33,70 no mês passado, mais que o dobro do registrado em maio de 2018, quando foram R$ 15,10 pela mesma quantidade.

 

A escalada de preços no varejo foi motivada pela queda na produção na última safra, que mantém a redução na atual, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o início da colheita da 1ª safra do feijão, os preços começaram a recuar em janeiro. O gasto mensal com o consumo médio de 4,5 kg do alimento pelas famílias cuiabanas reduziu 11% de abril para maio, quando passou de R$ 37,70 para R$ 33,70, aponta pesquisa de preços do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). 

 

Cuiabanos pagavam R$ 15,10 por 4,5 kg de feijão em maio de 2018, valor que saltou para R$ 33,70

Em supermercados da Capital, um quilo de feijão custa entre R$ 4,99 e R$ 7,29 esta semana. No início deste ano, a saca (60 kg) de feijão carioca chegou a R$ 400, valor que caiu para uma média de R$ 150, segundo a Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigados (Aprofir). Na safra atual, a estimativa é que sejam colhidas 328,2 mil toneladas de feijão em Mato Grosso, 6,6% menos que na temporada anterior, quando foram 351,3 mil (t). De acordo com a Conab, o rendimento das lavouras de feijão no último ciclo já havia sido 15,1% menor que na safra 2016/2017. 

 

A produção brasileira de feijão na safra 2018/2019 também terá queda (1,5%) em comparação com a última. Conforme projeção da Conab serão produzidas 3,070 milhões (t) da leguminosa.

 

Incentivo

 

Ter uma produção maior e mais variada é possível com investimentos em pesquisa tecnológica e avaliação de mercado, considera o secretário-executivo da Aprofir, Afrânio César Migliari. Para isso, a entidade propôs a criação do Instituto Mato-grossense de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigação (Imafir/MT). Por meio dele será incentivada a produção de diferentes variedades de feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha, gergelim e mamona. Segundo ele, o imposto estadual (ICMS) cobrado na venda de feijão chegava a 12%.

 

A alíquota foi reduzida para 5% no ano passado. No diferimento, 15% dos 7% restantes que eram destinados ao Fundeic (Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso) foram migrados por decisão do governo para o FEEF (Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal de Mato Grosso), explica Migliari. Em dezembro de 2018, a Aprofir propôs a destinação de 5% dos 7% restantes do diferimento do ICMS para criação do Imafir. A proposta foi aprovada, mas o governo cobrou mais 2% dos 7% para destinar ao Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação). 

 

As novas regras estão contempladas na Lei 10.906/2019, sancionada pelo governador Mauro Mendes (DEM) no último dia 18 e publicada no Diário Oficial do Estado (D.O.E) no dia seguinte (19). A nova lei altera e revoga dispositivos da Lei 10.708/2018. 

 

“Apresentamos a proposta de um Fundo do Feijão para fomentar a atividade, com pesquisas e outras ações. Assim estimular outras culturas agrícolas e atender a demanda internacional”, defende o secretário-executivo da Aprofir ao dizer que o Imafir poderá orientar os produtores de feijão e pulses a planejar a produção alinhados com o mercado futuro e internacional. Como outros países iniciam a safra 1º, os brasileiros podem definir de forma mais assertiva o que plantar. (Reportagem de Silvana Bazani - A Gazeta)