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AGRO & ECONOMIA Quarta-feira, 29 de Maio de 2019, 14:14 - A | A

Quarta-feira, 29 de Maio de 2019, 14h:14 - A | A

PREÇO DA CARNE

Gastos dos cuiabanos para manter a carne no cardápio aumentaram

A Gazeta

Gastos dos cuiabanos para manter a carne no cardápio aumentaram. De março para abril, o desembolso médio dos consumidores para abastecer o freezer subiu 3% ou R$ 4,60. Nos últimos 12 meses, a alta é de 2%.

 

A proteína animal é o item que mais impacta no valor da cesta básica. Cotação mais recente feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), referente a abril, indica peso de 28,4% do produto no valor da cesta básica. Do custo total R$ 503,50 da cesta composta por 13 itens, o consumo médio de 6,6 kg de carne no mês respondeu por R$ 143,10. 

 

Cortes bovinos e de frango subiram em abril e a suína tende a pegar carona

Incluir a mesma quantidade de carne no cardápio mensal em março exigiu R$ 138,50 do consumidor. Em abril de 2018, a despesa para garantir os 6,6 kg de carne nas refeições era ainda menor, de R$ 140,70. Apesar de mais cara, a carne bovina é campeã na preferência dos cuiabanos, afirma Thiago Madeira, proprietário de uma loja de carnes. 

 

No varejo de Cuiabá, a carne bovina custava em média R$ 22,20 (kg), em abril, conforme o Imea. O valor é superior (3%) à média de março (R$ 21,50/kg) e de abril de 2018 (R$ 20,6%). A majoração acumulada em 12 meses é de 8%. Nesse mesmo intervalo, o preço do frango no varejo aumentou 16%, quando passou de R$ 10,80 (kg) para R$ 12,60 (kg). “Os clientes consomem mais carne bovina, que está com preço estável. Diferente do frango, que está com o preço subindo há dois meses”, afirma o comerciante. Ele estima alta de 20% no preço do frango nos últimos 60 dias. “E continua com tendência de alta”. 

 

De acordo com o secretário-executivo da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav), Lindomar Rodrigues, o preço do frango valorizou em torno de 6,5% nos últimos 30 dias. “O frango congelado é vendido a R$ 4,89 (kg) e o resfriado a R$ 4,96 (kg), com aumento aproximado de 13 centavos”. Um dos motivos para a valorização é o crescimento da demanda externa, especialmente da China, devido à redução do rebanho suíno naquele país, afetado pela peste suína africana (PSA). 

 

“Os preços estão subindo gradativamente, mas estamos com deficit devido ao custo de produção, mas que deve ser equiparado nos próximos 60 dias”. Já a carne suína ficou mais barata, aponta o Imea. Em abril, o quilo custava, em média, R$ 12,80, menos (5%) que em março (R$ 13,40) e abril do ano passado (R$ 13,30). Esse comportamento dos preços, porém, começou a mudar, diz o diretor da Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat), Custódio Rodrigues. “Vínhamos de um período bastante ruim. Mas, os preços reagiram agora”. 

 

Atualmente são pagos R$ 2,70 pelo quilo do suíno vivo, valorização de 22,7% sobre os R$ 2,20 de antes. Morador de Cuiabá e personal trainer, Márcio Campos de Brito compra em média 5 kg de carne bovina por semana, para o consumo familiar. “Não tenho hábito de variar, mas quando faço isso compro frango. Também não presto muita atenção aos preços da carne, acho que está mantendo”.

 

Na percepção da advogada Nilza Fernandes, 40, o preço do frango subiu mais que o da bovina. “Consumo mais carne vermelha, que compro nas promoções. Frango consumo duas vezes na semana”. (Reportagem de Silvana Bazani)